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Como o uso da ‘linguagem do carisma’ ajuda no trabalho, segundo autora

Em 'A Linguagem Secreta do Carisma', Vanessa Van Edwards sugere técnicas de comunicação verbal e não verbal para alcançar objetivos pessoais e profissionais

Por Gabriela Caputo Atualizado em 16 Maio 2023, 14h53 - Publicado em 15 Maio 2023, 10h54
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  • Publicado pela primeira vez na década de 1930, Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, do americano Dale Carnegie (1888-1955), é um clássico de autoajuda que até hoje figura entre os best-sellers mundiais — na lista dos livros mais vendidos no Brasil feita por VEJA, por exemplo, o título ocupa a quinta posição da categoria, na edição atual. O sucesso longevo da obra — e de outras que partem de um princípio parecido — revela a curiosa necessidade humana de construir melhores relações interpessoais. A também americana Vanessa Van Edwards fornece sua resposta ao fenômeno em A Linguagem Secreta do Carisma, recém-publicado no país pela Sextante. Motivada por suas próprias dificuldades de conexão ao longo da vida, Vanessa passou a pesquisar comportamento, através do laboratório Science of People — e desenvolveu um método para decifrar as artimanhas da linguagem verbal e não verbal.

    Em seu livro, baseando-se em uma série de pesquisas e estudos, a autora decodifica uma gama de sinais relacionados a confiança, liderança, abertura e simpatia, e ensina como dominá-los pode ser um artifício para a conquista de objetivos e o crescimento na carreira. Confira a entrevista concedida a VEJA:

    Você se considera uma “pessoa desajeitada em recuperação” (recovering awkward person, em inglês). O que isso significa? As habilidades interpessoais nunca vieram com naturalidade para mim. Durante os primeiros 25 anos da minha vida, sempre sentia que estava dizendo a coisa errada, falhando ao me conectar com as pessoas, e eu não sabia como consertar isso. Essa dificuldade geralmente vem da insegurança e do medo de ser rejeitado. Comecei a pesquisar sobre o assunto e percebi que você não precisa nascer carismático, qualquer um pode aprender a se comunicar autenticamente — e uma forma de fazer isso é sabendo ler as pessoas e suas expressões faciais.

    Qual é a maior dúvida das pessoas sobre o tema? A primeira coisa que me perguntam é: você não precisa ser extrovertido para ser carismático e memorável? Não. Não tem nada a ver com extroversão, aparência ou inteligência. Não é necessário ser o mais barulhento na sala para ser ouvido. Pesquisas apontam que o carisma trata-se apenas de dois traços: amabilidade e competência. Ou seja, ser capaz de sinalizar confiança, simpatia e conexão, mas, ao mesmo tempo, capacidade, poder e eficiência.

    Por que as pessoas se interessam tanto por títulos sobre decifrar umas às outras, caso do best seller longevo Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas? Existe a crença de que para ser bem-sucedido você tem de ser inteligente, e por isso passamos grande parte de nossa vida adquirindo conhecimento técnico, através de livros, estudo formal, notas altas. E então algo horrível acontece: você termina a faculdade, consegue seu primeiro emprego e percebe que todas essas habilidades não se traduzem em ter uma boa relação no trabalho. Acho que a razão pela qual esses livros vendem tão bem é porque, junto do nosso conteúdo técnico e diplomas, também temos de ter uma comunicação inteligente para ser assertivo ao se relacionar.

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    Entender a linguagem do carisma pode ajudar pessoas ansiosas? É o único antídoto que encontrei para minha ansiedade social. Há muita insegurança em não saber o que dizer ou como agir. Anos atrás li um estudo que mudou minha perspectiva: dizia que quando estamos ansiosos, mal interpretamos os sinais neutros como negativos. Isso agrava a ansiedade e nos torna menos sociáveis. É um ciclo horrível. Uma maneira de superá-lo é aprendendo os 96 sinais que apresento no livro. Quando sabemos quais pistas estão sendo enviadas para nós, sejam elas positivas ou negativas, e quais queremos enviar em resposta, ficamos menos ansiosos, porque não precisamos nos questionar o tempo inteiro. É uma espécie de porta secreta para a confiança, que é uma coisa muito difícil de obter. 

    E pode contribuir para a redução dos casos de burnout? Quando usamos uma linguagem intencional, estamos presenteando os outros com energia, com dopamina. Há, por exemplo, certas palavras como “vencer” ou “sucesso”, apontadas por estudos como termos orientados para a realização. Ou seja, quando utilizadas em e-mails e reuniões, acionam uma parte específica do cérebro, liberando substâncias químicas que nos estimulam. Logo, há mais energia e maior engajamento com o ofício e com os colegas. Além disso, estudar e notar os sinais não verbais nos desperta curiosidade para interagir de uma nova maneira nesse ambiente, o que ajuda a sentir menos esgotamento.

    Como a comunicação carismática pode ser útil no dia a dia, em geral, para além do ambiente profissional? Pode nos ajudar a perceber que mantemos laços fracos, sem profundidade alguma, com muitas pessoas – e por isso os esforços comunicacionais drenam tanto nossas energias. É a famigerada conversa fiada. Um dos meus objetivos com a linguagem do carisma é ensinar a elevar os meros conhecidos a amizades verdadeiras, e os já amigos às conexões profundas. É sobre a importância de ter um sistema de apoio, fora do local de trabalho, de pessoas que você encontra regularmente e fazem com que você se sinta energizado.

    Atualmente, parte de nossa convivência interpessoal é mediada pela tecnologia e pelas redes sociais. Como isso pode afetar as relações? Acho que podemos acabar perdendo a prática. Gosto de pensar que a tecnologia está adicionando novos canais de comunicação às que já existiam, e todos são válidas. Mas o que pode acontecer é deixarmos o contato pessoal de lado, a ponto de esquecer como agir e se portar ao vivo. Então temos de trabalhar para praticar esse músculo que é o mais importante, nos certificar de que estamos exercitando ao máximo essas habilidades pessoalmente, porque não há nada que supere o toque físico, o contato visual real.

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