O jornalista Chico Pinheiro, da TV Globo, de 63 anos, se afastou da bancada do Bom Dia Brasil nos três últimos dias por questões de saúde. Médicos que o atendiam com queixa de dor no estômago detectaram risco de infarto e ele passou pela implantação de um stent em uma das artérias coronárias. Pinheiro falou a VEJA:
Como foi a internação?
Na noite de domingo, senti uma certa indigestão. Quando acordei, de madrugada, tinha uma dor na boca do estômago, como se tivesse levado um soco, uma bolada em um jogo de futebol. Como o meu último checkup anual, no meio de 2016, apontou uma pedra na vesícula, achei que era essa a causa. Trabalhei normalmente, apresentei o jornal, e depois fui ao Hospital São José. Fiz ultrassom da vesícula, que de fato estava um pouco inflamada, mas os médicos notaram uma pequena placa de gordura em uma artéria coronária.
Qual era o risco?
A placa estava estável, mas se soltasse poderia causar um infarto. Na terça à noite, passei por um cateterismo que confirmou esse risco e então colocaram um stent. Sem nenhuma dor ou susto. Agora estou ótimo. Não houve emergência, susto, nada disso. Foi tudo muito tranquilo.
Quando volta ao Bom Dia, Brasil?
Eu queria trabalhar ainda hoje, mas acharam melhor retornar na sexta. Amanhã, portanto, estarei no ar.
Na segunda-feira, mesmo com dor, o senhor deu o que falar nas redes sociais ao imitar um boneco de Olinda no telejornal.
Eu não tinha assistido à reportagem, que mostrava o boneco em minha homenagem. Adoro Pernambuco. Se pudesse escolher um sotaque brasileiro para ter, seria o pernambucano. Achei fenomenal, uma demonstração de carinho enorme. E então balancei como o bonecão. Poderia ter dançado frevo, mas não iria conseguir ficar subindo e descendo. Ou melhor: descer seria fácil, porque todo santo ajuda, mas subir é outra história (risos).
Em tempos de memes e redes sociais, há mais espaço para brincadeiras assim?
Eu sempre fui descontraído na Band, no SPTV. Não me vejo como um âncora, mas como um repórter que apresenta jornal. Bom humor e alegria não são incompatíveis com seriedade. (O telejornalismo) está ficando dessacralizado, e isso é muito bom. Não faço nada para que repercuta nas redes ou para chamar a atenção. Vou de Havaianas ao supermercado, tiro selfie como todo mundo, e entre uma foto e outra ouço histórias que podem virar reportagens. Esse é meu jeito.