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Casas tradicionais de shows reabrem e lutam para superar crise da Covid-19

Bourbon Street e o Blue Note estão entre os espaços em SP e RJ que voltaram a promover espetáculos ao vivo após liberação das prefeituras

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h41 - Publicado em 28 out 2020, 16h00

Após uma consistente queda no número de contaminações e mortes no Brasil em decorrência do coronavírus, finalmente as casas de shows e espetáculos estão sendo autorizadas a abrir suas portas, mas com rigorosas regras sanitárias e número limitado de pessoas. No Rio de Janeiro e em São Paulo, onde a média móvel segue em queda, a agenda já está agitada. As casas estão fechadas desde março, e nenhuma passou incólume pela pandemia: a maioria teve de demitir seus funcionários. Outras, como o tradicional Metropolitan, no Rio, poderá fechar as portas definitivamente e se transformar em um supermercado.

Em São Paulo, as duas principais casas de jazz e blues da cidade, o Bourbon Street, fundado há 27 anos, em Moema, e o Blue Note, filial do tradicionalíssimo clube de Nova York, retomaram suas atividades com uma extensa programação. Além disso, as duas casas aproveitaram a parada forçada para lançar novos projetos.

Edgard Radesca, um dos sócios do Bourbon Street, lembra que a casa, inaugurada em 1993, enfrentou pelo menos quatro grandes crises brasileiras, mas que a atual é, de longe, a pior delas. “A primeira crise veio antes mesmo de inaugurarmos. Começamos a construção em 1989, mas em 1990 veio o Plano Collor e ficamos sem dinheiro. O que era para ter sido uma obra rápida levou quatro anos para ser concluída”, lembra Radesca. Mas deu certo e o show de inauguração aconteceu com ninguém menos que B.B. King, e é até hoje lembrado. Por lá também já passaram astros como Wynton Marsalis, Nina Simone, Diana Krall, Sharon Jones, John Pizzarelli e muitos outros.

De lá para cá, mais de 1.500 artistas já passaram pelo Bourbon Street. A segunda grande crise foi igualmente dramática e veio em 1999. “Na época, nós tínhamos vários contratos em dólar. De repente, a moeda dobrou de valor e nossas contas também”, diz Radesca. Em cada uma das crises, o Bourbon Street soube se reinventar. “Se fôssemos seguir a planilha de contas, seria mais inteligente fechar a casa de vez. Mas nossa decisão veio da alma. A música mexe com a nossa alma”, diz o empresário.

Agora, na crise do coronavírus, os sócios aproveitaram que a casa estava parada para fazer uma reforma e criar uma varanda com amplas janelas onde funcionará um café, a ser inaugurado neste sábado, 31 de outubro. “Seria impossível fazer essa obra se a casa estivesse aberta. Os janelões deram uma ventilação natural ao ambiente e, de quebra, criamos um espaço onde é possível fazer eventos mais cedo”, conta Radesca. Desde a reabertura, em 10 de outubro, o Bourbon já recebeu nove apresentações, entre elas a de Toquinho, de 74 anos. “Mesmo no grupo de risco, por causa da idade, o Toquinho estava morrendo de saudades dos palcos e veio se apresentar conosco, obviamente que cercado de precauções”, diz o empresário.

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Luiz Calainho, um dos sócios das filiais da casa de jazz novaiorquina Blue Note em São Paulo e no Rio de Janeiro está confiante na retomada das apresentações. De acordo com o empresário, apesar das demissões que ocorreram durante a quarentena nas casas, a manutenção dos espaços durante a pandemia foi possível porque os patrocinadores não abandonaram o empreendimento. Inaugurado há pouco mais de um ano, em fevereiro de 2019, em São Paulo, o Blue Note passou a fazer também lives, que ajudaram a exibir as marcas dos patrocinadores.

Com a expertise adquirida durante as lives, Calainho revela que as transmissões online vão continuar ocorrendo -inclusive com o público presente, num formato chamado de “figital”, ou seja, físico e digital. “Vamos fazer lives pagas, que vão custar 20 reais. Desta forma, a audiência dos shows será maior do que a lotação da casa, que é de 250 pessoas e tem preço médio de ingresso de 80 reais”.

O otimismo de Calainho tem razão de ser. Embora a casa esteja operando com apenas 60% da capacidade por causa da pandemia, praticamente todos os ingressos para os shows ao vivo já foram vendidos. O interesse motivou o empresário a promover também festa de reveillón da casa. “Acredito que o público vai comparecer e, obviamente que a festa seguirá todas as normas sanitárias”.

Veja algumas casas de show que já estão em funcionamento em São Paulo e no Rio de Janeiro

SÃO PAULO

Sala São Paulo
Praça Júlio Prestes, 16. Campos Elíseos. (11) 3367-9500
Programação: https://www.salasaopaulo.art.br/concertoseingressos/programacao.aspx

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Bourbon Street
Rua dos Chanés, 127. Moema. (11) 5095-6100
Programação: https://bourbonstreet.com.br

Blue Note São Paulo
Avenida Paulista, 2073. Bela Vista. (11) 94745-9694
Programação: https://bluenotesp.com

Espaço das Américas
Rua Tagipuru, 795. Barra Funda.
Programação: https://www.espacodasamericas.com.br

Tom Brasil
R. Bragança Paulista, 1281. Vila Cruzeiro. (11) 2548-2541
Programação: https://www.grupotombrasil.com.br

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Villa Country
Av. Francisco Matarazzo, 774, Parque da Água Branca. (11) 98724-0123
Programação: https://www.villacountry.com.br

RIO DE JANEIRO

Vivo Rio
Av. Infante Dom Henrique, 85. Parque do Flamengo. (21) 2272-2901
Programação: https://vivorio.com.br

Cidade das Artes
Av. das Américas, 5300. Barra da Tijuca. (21) 3325-0102
Programação: https://cidadedasartes.rio.rj.gov.br/programacao

Teatro Multiplan
Avenida das Américas, 3.900. Barra da Tijuca. (21) 3003-4177
Programação: https://www.shoppingvillagemall.com.br/lazer/teatro

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Teatro Riachuelo
Rua do Passeio 38/40. Centro. (21) 3554-2934
Programação: https://www.teatroriachuelorio.com.br

Rio Scenarium
Rua do Lavradio, 20. Centro. (21) 3147-9000
Programação: https://rioscenarium.art.br

Jeunesse Arena
Avenida Embaixador Abelardo Bueno, 3401. Barra da Tijuca. (21) 2430-1750
Programação: https://jeunessearena.com.br/eventos

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