A brilhante carreira do brasileiro Marcelo Gomes, um dos bailarinos principais do American Ballet Theatre, pode ter sido ceifada, como foi a de Harvey Weistein e a de Kevin Spacey, por denúncia de assédio sexual. A eclosão de um escândalo protagonizado por ele, embora tenha ocorrido quando ainda não fazia parte da companhia de balé e não tenha envolvido outro membro ou ex-membro do grupo nova-iorquino, criou uma atmosfera tão pesada que Gomes foi levado a pedir demissão.
“O American Ballet Theatre não tolera o comportamento alegado”, disse em nota à imprensa americana o presidente do corpo de bailarinos, Andrew F. Barth.
A “má conduta sexual”, como dizem os americanos, ocorreu há oito anos, mas veio à tona no último sábado, a partir de uma denúncia que está sendo investigada pelo próprio American Ballet Theatre (ABT). O grupo não deu detalhes do caso.
Marcelo Gomes foi convidado a se juntar ao ABT em 1997, aos 18 anos e foi promovido a dançarino principal em 2002. Ele dançou a Sinatra Suite, de Twyla Tharp, depois deixou o ABT para tocar projetos diferentes, inclusive como artista convidado do Kirov e do Royal Ballet, de Londres. Ele também dançou com o russo Bolshoi, em 2013.
Talentoso, em 2015 o brasileiro conquistou um Prêmio Dance Magazine e coreografou a campanha de TV Under Armour I Will What I Want, estrelada pela bailarina Misty Copeland.
Sua demissão se segue ao desligamento de Peter Martins do New York City Ballet, há menos de um mês. Martins, líder de longa data da companhia, também enfrenta uma investigação sobre um assédio sexual. Ele chama as acusações de “afirmações falsas”.