Um áudio de pouco mais de três minutos atribuído ao jornalista Chico Pinheiro foi divulgado em um grupo fechado de WhatsApp mas circula agora pela internet. Em tom de desabafo, o áudio critica a ação do juiz Sergio Moro ao decretar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A VEJA, o jornalista não confirmou nem desmentiu que o áudio seja de sua autoria. “Nada tenho a dizer a respeito”, respondeu Pinheiro.
“Ele precisa sair, sim, mas vai sair na hora que for a hora. Que Lula tenha calma, sabedoria, inspiração divina, para ficar quieto ali um tempo, onde está”, diz sobre a possível soltura do ex-presidente. “Se pensarmos bem, aquela acomodação é melhor que todos os lugares em que ele dormiu quando era criança e na juventude.”
O áudio continua, pedindo que Lula fique como está, quieto, por um tempo, pois, com sua prisão, “a direita não tem o que fazer”. “Os coxinhas estão perdidos. Precisam de outro caminho agora”, diz. “Como ele disse (sobre o discurso de Lula no sindicato, antes da prisão), não sou mais um ser humano, sou uma ideia. Ideia não se prende, a gente tá solto.”
Em outro momento, ele comenta a cobertura da Globonews, que apresentava a legenda: “Sem Lula, PT precisa traçar novas estratégias”. “Ora, quem tem que traçar novas estratégias agora são eles, vão fazer o que agora?”, disse, no que foi interpretado como uma crítica ao canal do qual faz parte.
Em seguida, ele faz um trocadilho com a canção Pesadelo, de Paulo César Pinheiro, que começa com a frase “Quando o muro separa uma ponte une”. Na versão aqui entoada, a palavra muro foi substituída por “Moro”.
Por fim, o áudio lembra a apresentação do Jornal Nacional do último sábado, em que o próprio Pinheiro, plantonista do dia, deu a notícia da prisão de Lula. Ao anunciar a detenção do petista, Pinheiro tinha os olhos molhados, o que acendeu nas redes comentários de que estaria emocionado.
“Um beijo no coração de vocês que me representaram quando eu tinha que apresentar aquele jornal de ontem. Mas está tudo bem. A história é um carro alegre, cheia de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue.”
Confira abaixo o áudio publicado no YouTube e a apresentação do Jornal Nacional de sábado: