Aquaman e a maluca experiência de ver um filme com mais de 3.000 pessoas
Produção do super-herói foi exibida pela primeira vez no Brasil na Comic Con Experience (CCXP) e terminou ovacionada de pé pelo público
Herói de popularidade mediana do estrelado casting da DC Comics, Aquaman terá um grande filme solo para chamar de seu a partir de quinta-feira, dia 13, quando estreia o longa que leva o nome do personagem aquático. Por aqui, a produção ganhou uma pré-estreia na Comic Con Experience (CCXP), nesta sexta-feira, que enlouqueceu o público.
Fãs ficaram na fila por quase seis horas para garantir uma das 3.347 vagas do Auditório Cinemark, espaço de luxo do evento, com uma tela que nada deixa a desejar às boas salas de cinema por aí e caixas de som ensurdecedoras. A potência do volume é mais que necessária. Afinal, não seria possível assistir um longa do tipo com as milhares de pessoas gritando e batendo palmas a cada cena eletrizante.
Para além de exibir o filme, as sessões de pré-estreia da CCXP são uma experiência à parte para quem as degusta. Pessoas fantasiadas — os cosplays — de Aquaman e seu par, Mera, entretinham o público antes de tudo começar. Alguns corajosos arriscaram confiar seu lugar na fila ao colega do lado enquanto iam buscar algo para comer ou beber, mas não deram sorte e, quando voltaram, não conseguiram reaver a posição. Para participar da almejada pré-estreia valia, apenas, a lei do mais esperto. Nem mesmo os cosplays, que saíram da fila para tirar fotos com as pessoas da própria fila, foram poupados — pouco antes da exibição do filme, era possível vê-los tentando negociar com os funcionários para assistir à sessão em pé.
Os que não criaram desavenças na fila, porém, desfrutaram de um momento de quase-catarse coletiva. Gritos eufóricos e salvas de palmas escapavam, vez ou outra, da felicidade contida de algum fã, e os demais, religiosamente, acompanhavam. Às vezes, a emoção era tanta que eles levantavam da cadeira, atrapalhando a visão dos menos entusiasmados. Cenas de ação, discursos (poucos) e quaisquer outros momentos “impactantes” eram seguidos de alguns segundos de silêncio na tela, tempo suficiente para cessar o furor da plateia e não abafar o restante da trama. Era como se filme e público estivessem sincronizados. Por fim, a plateia ovacionou de pé, incessantemente, até o final dos créditos.
Na trama, Aquaman — codinome de super-herói de Arthur Curry — é chamado de volta ao mar para frear a megalomania de seu meio irmão, Orm, e, assumir seu lugar como rei de Atlantis. O personagem é filho de Atlan (Nicole Kidman), a rainha destronada, com um mortal.
Jason Momoa fez uma participação especial na sessão brasileira, via holograma. A tecnologia, no entanto, traiu à ambição dos organizadores. O público conseguia ver e ouvir o ator, que falava de Nova York. Já ele não tinha ideia do que estava acontecendo no Brasil. O detalhe não impediu que os fãs entoassem o nome do ídolo por um minuto e meio, sem parar. Zachary Levi, de Shazam!, serviu como tapa buraco, esbanjando simpatia. “Ele parece um Jesus sexy e moderno”, disse, sobre o colega de DC Universe que ainda aparecia, completamente perdido, no painel.