Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Resoluções Ano Novo: VEJA por apenas 5,99

Angústia à moda millennial

Com uma interpretação feroz de Natalie Portman, 'Vox Lux' acompanha uma pop star desde seu despontar singelo até a celebridade abrasiva do novo século

Por Isabela Boscov 29 mar 2019, 07h00 • Atualizado em 4 jun 2024, 15h30
  • Sobrevivente de uma tragédia medonha (na qual a plateia é jogada sem aviso) e ainda em recuperação do ferimento na coluna que vai atormentá-la pelo resto da vida, Celeste, de 14 anos, comparece ao memorial para as vítimas. Diz que está sem palavras e, por isso, vai cantar algo de sua autoria, com a irmã ao teclado. A canção capta e faz reverberar o luto nacional, e escala até o topo da parada. Seria difícil imaginar um início mais autêntico para uma pop star — não por força do marketing, mas pelo cerne genuíno e por aclamação popular. Entretanto, a narração quase antropológica na voz de Willem Dafoe deixa claro desde o princípio que Vox Lux (Estados Unidos, 2018), já em cartaz no país, não é uma saga de ascensão à maneira de Nasce uma Estrela — bem ao contrário. O filme do jovem diretor Brady Corbet é um estudo intrigante, de humor cínico mas também de uma perplexidade dolorosa, sobre as engrenagens ambíguas da fama (a de Celeste estará sempre ligada àquele episódio de violência) e também sobre o tipo de aspiração que faz com que a megacelebridade tenha adquirido os contornos que hoje a definem.

    Interpretada por Raffey Cassidy na adolescência, Celeste ganha um empresário (Jude Law) e uma carreira meteórica. Os laços com a irmã se rompem abruptamente — e Vox Lux salta então dessa fase, entre 2000 e 2001 (o 11 de Setembro marca presença), para os dias atuais. Celeste, agora vivida com ferocidade e bravura por Natalie Portman, está para se relançar, depois de vários episódios de mau comportamento. Sua irmã (Stacy Mar­tin), que ela continua tratando como inimiga, vem ver seu show em Nova York com a sobrinha — a filha que Celeste teve quando adolescente. Um atentado com mortes na Croácia é ligado à figura da cantora, e faz com que esse dia seja ainda mais maníaco. O fascinante é o que Celeste se tornou no intervalo que o filme suprime: uma persona abrasiva e petulante, dedicada à mecânica do seu espetáculo (repare na curiosa mixagem de som da sequência final) e dependente de emoções químicas, já que as verdadeiras viraram uma massa indistinta de insatisfação. Corbet, de 30 anos, é um millennial. Mas sabe como nenhum outro até aqui olhar de fora a sua geração.

    Publicado em VEJA de 3 de abril de 2019, edição nº 2628

    Continua após a publicidade
    carta
    Envie sua mensagem para a seção de cartas de VEJA
    Continua após a publicidade

    Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    RESOLUÇÕES ANO NOVO

    Digital Completo

    A notícia em tempo real na palma da sua mão!
    Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
    De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
    RESOLUÇÕES ANO NOVO

    Revista em Casa + Digital Completo

    Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
    De: R$ 55,90/mês
    A partir de R$ 29,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.