Andrew Garfield na corrida pelo Oscar com “Breathe”
Ator inglês interpreta um homem que fica paralisado por causa da poliomielite em filme baseado em história real
A corrida pelo Oscar começa a tomar forma com os festivais do outono no hemisfério norte. Andrew Garfield, que concorreu na categoria melhor ator neste ano por Até o Último Homem, pode repetir a façanha em 2018 graças a Breathe, estreia na direção do ator Andy Serkis, intérprete especialista em performance de captura de movimentos, como o Caesar de Planeta dos Macacos: A Guerra. Em Breathe, Garfield interpreta Robin Cavendish, que trabalha na África ao lado de sua mulher Diana (Claire Foy) quando contrai poliomielite. Os prognósticos são sombrios: sobrevida de poucos meses, paralisado do pescoço para baixo, numa cama de hospital. Primeiro, vem o desespero. Mas Robin acaba decidindo viver como pode para ver o filho Jonathan crescer. Com a ajuda da mulher e dos amigos, desafia as convenções, é tratado em casa e até viaja, ajudando a criar uma cadeira que pode dar uma existência mais normal a pessoas com deficiência.
Em Zurique para mostrar o filme, Serkis explicou a escolha do projeto: “Eu sou amigo do Jonathan Cavendish e temos juntos uma companhia chamada Imaginarium Studios. Mas essa era uma história muito importante para ele, porque era a história de seus pais”, explicou o diretor. “Apesar de estarmos focando em projetos com efeitos visuais e performance com captura de movimentos, amei a história e quis dirigir. É uma grande história de amor. Minha mãe é professora de pessoas com necessidades especiais, meu pai, médico, e minha irmã sofre de esclerose múltipla. A história me impressionou porque eles foram pioneiros.”
Garfield recorreu à ajuda de seu próprio irmão, um médico especialista na doença, para pesquisar para o papel. E teve outras lições pelo caminho: “Eu aprendi como viver uma vida de alegria, otimismo, esperança e fé face à perda. Como incorporar a perda na vida. É algo que tenho dificuldade de fazer, acho que muitos seres humanos têm dificuldade de lidar com a perda de alguém amado, com o fim de um relacionamento, com a perda da juventude”. O ator também contou que, quando era bebê, quase morreu de meningite. “Meus pais ouviram dos médicos que, se eu sobrevivesse, teria graves deficiências físicas e mentais”, afirmou. “Mas fora isso não tive de lidar muito com doenças. Espero que, se precisar, tenha a mesma graciosidade que ele.” Jonathan elogiou o ator: “Ele se tornou meu pai. E meu pai morreu há 27 anos. Foi algo extraordinário de ver”.