Explorar misturas de ingredientes não consagradas pelo tempo é uma tarefa que envolve riscos. Basta observar os inúmeros restaurantes de vida curta que apostaram no selo “contemporâneo”, em um chef ousado e em um menu revolucionário. Quando André Castro abriu o Authoral, em 2016, ele sabia que mergulhava de cabeça em águas turbulentas. Depois do salto, nadou de braçada. Aceita pelo público, a sua inventiva proposta garantiu os prêmios de restaurante revelação e de chef do ano na última edição de VEJA COMER & BEBER. Agora, Castro volta a afirmar seu talento entre as panelas com a segunda conquista pessoal. Aos 42 anos, o cozinheiro acumula experiências profissionais marcadas pela pluralidade. Carioca de nascimento, brasiliense de criação e baiano de adoção, Castro foi sócio e administrador de dois bares em Salvador, estudou gastronomia na Suécia, trabalhou na cozinha de restaurantes alemães e italianos, comandou caçarolas de resorts baianos e foi sócio do extinto D’Olivino, em São Paulo. Essa trajetória é o seu grande lastro para releituras de ingredientes e preparos nordestinos, mediterrâneos e orientais, expressas em receitas como o nhoque de banana-da-terra ao molho de polvo à matriciana (R$ 32,00) e a barriga de porco ao rôti de hoisin (molho chinês para carnes) com purê de cará e cuscuz de milho (R$ 58,00). Inquieto, o chef já prepara outros voos: a inauguração de um restaurante de cozinha nordestina em Aracaju no mês de julho e um projeto gastronômico brasiliense, ainda sem data definida, centrado em comida nacional e sustentabilidade.
Confira os segundo e terceiro colocados:
2º lugar: Alexandre Aroucha e Leônidas Neto — Grand Cru
3º lugar: Thiago Paraiso — Saveur Bistrot e Ouriço