ABL tem eleição de novo imortal com disputa acirrada e intrigas
Entre polêmicas, a Academia Brasileira de Letras vai realizar nesta quinta-feira a votação para sua quinta e última cadeira disponível

Privada de promover eleições durante a pandemia, a Academia Brasileira de Letras acumulou cinco cadeiras vagas em seu panteão de imortais. As votações foram retomadas este ano, elegendo até agora, respectivamente, a atriz Fernanda Montenegro, o cantor e compositor Gilberto Gil, o neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho e o advogado José Paulo Cavalcanti Filho. Nesta quinta-feira, 16, acontece a eleição para a última vaga, a mais acirrada entre elas, destinada à cadeira número 2. Entre os dez concorrentes ao posto destacam-se os nomes do economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, do advogado Sergio Bermudes e do escritor e ex-secretário de Educação de São Paulo Gabriel Chalita. Os votantes são os 35 imortais – a ABL é composta por 40 membros efetivos e perpétuos, quando nenhuma cadeira está vaga – e o resultado será anunciado no fim da tarde.
Rumores apontam que o embate está entre Chalita e Giannetti. Às vésperas da eleição, porém, Chalita se viu envolto em acusações feitas pelo escritor Pedro Corrêa do Lago, que teria telefonado para alguns imortais afirmando que o ex-secretário de Educação havia assediado seu sobrinho há vinte anos. A VEJA, o presidente da ABL, Merval Pereira, descartou que o caso possa afetar a eleição. “Acho um episódio lamentável, atitude individual de alguém que não pertence aos quadros da Academia Brasileira de Letras. Não creio que interfira no resultado da eleição de quinta-feira, disputada por candidatos de alto nível”, disse Merval.
Para conquistar a vaga, é necessário que um dos postulantes receba no mínimo 18 votos. Caso contrário, um segundo turno será realizado.