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Abertura da Olimpíada celebra obra de Chiharu Shiota; conheça a artista

Artista plástica japonesa de 49 anos estudou com Marina Abramovic e usa fios vermelhos para representar a conexão humana em instalações soberbas

Por Amanda Capuano Atualizado em 23 jul 2021, 16h10 - Publicado em 23 jul 2021, 12h05
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  • A cerimônia de abertura da Olimpíada de Tóquio deu o pontapé oficial para os jogos nessa sexta-feira, 23, sem público e com a presença de cerca de 950 atletas. Na primeira parte da celebração, transmitida para todo o mundo, atores simularam a preparação dos esportistas em casa, com um corredor solitário na esteira e muita arte digital. Em um dos atos, dançarinos surgiram em meio à série de fios vermelhos que compunham a coreografia, ora de maneira virtual, ora se entrelaçando fisicamente entre os passos de dança – uma referência ao trabalho da artista japonesa Chiharu Shiota, conhecida pelo uso ostensivo de linhas em instalações de tirar o fôlego.

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    Autora de mais de 300 exibições em todo o mundo, a artista de 49 anos descreve os fios como um símbolo das relações humanas, e costuma atá-los a objetos cotidianos para traçar narrativas sobre vida, morte e relacionamentos. As teias, não raro, formam emaranhados artísticos que tomam salas inteiras, ou se enrolam delicadamente sobre objetos frugais, como roupas e sapatos. “Na maioria de minhas instalações, as linhas formam teias tridimensionais e, no fim, tudo se conecta,” declarou em entrevista ao Studio Internacional, em 2016.

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    Olimpiadas
    Apresentação com referência a obra de Shiota Chiharu na abertura das Olimpíadas de Tóquio (Pete Dovgan/Speed Media/Icon Sportswire/Getty Images)

    Visto como um evento que marca a união entre os povos, a Olimpíada costuma trabalhar com elementos simbólicos que transmitam a ideia de conexão – o emblema olímpico, em que cada um dos cinco aros representa um continente, é o símbolo máximo dessa ideia. Justamente por isso, as linhas de Shiota se encaixam tão bem no espírito da celebração, especialmente em uma ano em que as conexões foram tão escassas. O vermelho, predominante em suas criações, e imponente na bandeira japonesa, oferece às instalações um visual que remete a uma rede de vasos sanguíneos, reforçando ainda mais a ideia de conexão humana: “É como o interior do corpo, a cor do sangue”, declarou ao Hong Kong Tatler.

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    Shiota
    EXPOSIÇÃO - Obra de Chiharu Shiota: deleite visual à moda japonesa (Sunhi Mang/Divulgação)
    Olimpiada
    Chiharu Shiota em exposição em Berlim (Ralf Hirschberger/picture alliance/Getty Images)

    Nascida em Osaka, em 1972, Shiota estudou artes na Universidade Seika, em Kyoto. Sua ideia inicial era ser pintora, mas descobriu na faculdade que o pincel não fazia seu coração acelerar. Foi nessa época que as linhas se apresentaram como uma alternativa de expressão, e seguem até hoje como sua marca registrada. “Eu queria criar minha própria arte com linhas tridimensionais no espaço. Eu desenho no ar,” conta. Com essa ideia em mente, mudou-se para a Alemanha logo que se formou, em 1996. Sua ideia era estudar com a escultora polonesa Magdalena Abakanowicz, mas – acredite – ela confundiu os nomes na matricula e acabou nas mãos da cultuada Marina Abramovic, um dos nomes mais importantes da arte performática, o que explica sua proximidade com o corpo humano.

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    Radicada em Berlim desde então, a artista expõem trabalhos em todo o mundo, inclusive no Brasil, que já recebeu suas criações em mostras do CCBB, Japan House, entre outros centros culturais. Algumas das instalações que passaram por aqui chegaram a consumir 4 000 novelos de lã para ser elaboradas, e causam um efeito quase hipnótico em que tem o prazer de vê-las de perto.

    Confira trecho da apresentação:

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