‘A Máfia do Tigre’: Zoológico de Joe Exotic é fechado permanentemente
Organizações em prol dos direitos dos animais pressionaram o governo após sucesso da série da Netflix
O zoológico que ganhou uma maior visibilidade com a série documental A Máfia do Tigre, da Netflix, fechou as portas nessa quarta-feira, 19, em função da pressão de organizações em prol dos direitos dos animais. O anúncio foi feito ontem por Jeff Lowe, ex-sócio de Joe Exotic e atual proprietário do parque, no perfil do zoológico no Facebook. “Participar da série nos tornou um alvo dos malucos dos direitos dos animais do mundo, mas estamos preparados. A partir de hoje, decidimos fechar o antigo zoológico com efeito imediato”, declarou na postagem, que não está mais disponível na rede.
Na publicação, Lowe acusava o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de ceder às pressões das instituições e suspender sua licença de expositor de animais silvestres injustamente, depois de “cinco inspeções perfeitas.” Com o sucesso da série, a Netflix renovou a atração para uma segunda temporada. Lowe também anunciou em julho a produção de um spin-off no formato de reality show, ao lado da esposa Lauren Dropla.
Com o fechamento do zoológico, Lowe complementou que o seu “novo parque” será um “set de gravações privado ligado à televisão e canais de streamings”. Ele ainda disse que providenciou uma “fonte insondável” de recursos que garantirá o cuidado dos felinos à longo prazo. “No estado de Oklahoma, a posse de animais exóticos é perfeitamente legal. Tenha certeza de que todos eles continuarão a ter um cuidado excelente e, consequentemente, não estarão mais sujeitos às inspeções do USDA”
Localizado em Oklahoma, no centro-sul dos estados Unidos, o Greater Wynnewood Exotic Animal Park era, originalmente, propriedade de Joseph Allen Maldonado-Passage, o Joe Exotic, mas foi repassado a Lowe em 2016, depois de enfrentar dificuldades financeiras. O local ganhou notoriedade depois de figurar na série da Netflix, que tem como foco o tráfico de animais selvagens e a vida de seu fundador, condenado a 22 anos de prisão por violações de direitos dos animais e por contratar um matador de aluguel para assassinar Carole Baskin, sua rival e dona de um santuário de animais na Flórida. Carole, aliás, ganhou o direito de administrar o zoológico em junho, após um julgamento por uso de marca contra Joe, que determinou que o repasse da administração fosse feito até outubro deste ano. Segundo o site Deadline, ela reagiu ao fechamento em seu perfil do Facebook, e alegou aguardar informações sobre o destino dos animais do parque.