Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

“A esquerda elegeu Bolsonaro”

José Padilha, criador e produtor executivo de 'O Mecanismo', fala sobre sua decepção com Sergio Moro e avalia o governo Bolsonaro

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 16h14 - Publicado em 10 Maio 2019, 07h00

O Brasil mudou desde a primeira temporada. Encaixar Bolsonaro no final da segunda temporada é um recurso para atualizar a trama? Escrevemos a cena do discurso do Bolsonaro na votação do impeachment da Dilma antes de ele ser presidente. Aquele voto (com homenagem ao torturador coronel Ustra) é condenável do ponto de vista ético e moral.

Mesmo assim ele foi eleito.  Quem elegeu Bolsonaro foi a esquerda. Antes das eleições, eu disse que três nomes estavam na disputa: Bolsonaro, Haddad e Ciro Gomes. Só Bolsonaro e Ciro, que não tinham ligações com a Lava-­Jato, tinham chances. Mas a esquerda decidiu apoiar o Haddad.

O senhor votou no Ciro? Não votei. Não me dei ao trabalho. Estava em Los Angeles. Justifiquei meu voto e olhei a tragédia de longe.

Observando os casos em que o PSL se envolveu até o momento, diria que ele entra no mecanismo da série? A família Bolsonaro nunca teve tamanho político para participar do mecanismo no seu alto escalão. Mas está claro que não recusou aquilo a que teve acesso, que é uma corrupção rasteira. Roubinho de gabinete é igualmente desonesto. Quero saber o que o Moro, que é o esteio moral do governo, vai fazer quando abrirem as contas do Queiroz e ficar explícito o que está implícito.

Continua após a publicidade

O senhor já disse que a Lava-­Jato não tinha viés político. Ainda acredita nisso? A Lava-Jato não tinha viés político. Moro é outra coisa. Ele saiu de uma luta árdua e admirável contra a corrupção sistêmica e se associou a um governo que tem ligações com a esgotosfera da milícia no Rio. Ou ele não sabia, o que demonstra falta de inteligência, ou ele sabia, e aí vou ter de rever tudo o que sempre achei da Lava-Jato.

A segunda temporada trata o impeachment de Dilma como golpe. Foi isso mesmo? O impeachment foi uma enorme farsa, um golpe. Mas quem deu o golpe? Foi o vice-presidente em que todos os eleitores do PT votaram. Foi um golpe interno de quem estava no poder. Uma quadrilha se fracionou em duas. Não foi a direita que derrubou o governo: foi o MDB que estava associado ao PT. Dilma foi uma tragédia para o Brasil. Se ela foi vítima, é porque se aliou ao Temer. Quem dorme com cobra acorda picado.

Publicado em VEJA de 15 de maio de 2019, edição nº 2634

carta
Envie sua mensagem para a seção de cartas de VEJA
Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.