007: Rami Malek exigiu que vilão não ‘refletisse ideologia ou religião’
Ator não queria que sua descendência egípcia fosse utilizada para caracterizar fundamentalista religioso
Escalado para viver um vilão no 25º filme da franquia 007, o ator Rami Malek contou, em entrevista ao tabloide britânico The Daily Mirror, que só aceitou o papel com uma condição: ele exigiu que o personagem “não refletisse uma ideologia ou religião”.
Filho de imigrantes egípcios, o vencedor do Oscar por Bohemian Rhapsody não queria que sua descendência fosse usada de forma caricata. “Não podemos identificá-lo (o personagem) com qualquer ato de terrorismo que reflita uma ideologia ou uma religião”, disse Malek ao diretor Cary Fukunaga. “Se esta é razão de eu ser sua escolha, então não poderá contar comigo.” Contudo, ele descobriu que “esta não era a visão. Ele é um terrorista de um tipo completamente diferente”, explicou.
O ator ainda elogiou o roteiro e falou sobre como se sente fazendo parte de uma franquia de filmes tão famosa. “É um roteiro extremamente inteligente, vindo de gente que descobriu exatamente o que as pessoas querem nesses filmes. Mas eu sinto um peso enorme nos meus ombros. Bond é algo com o qual todos crescemos.”
Apesar de ter nascido em Los Angeles, nos Estados Unidos, Rami Malek é muito ligado às suas raízes e se considera egípcio. No ano passado, ele disse que “não há primeira geração nem segunda geração” de imigrantes. “Eu cresci ouvindo música egípcia. Adorava Uum Kulthum. Adorava Omar Sharif. Sou apaixonado e intimamente ligado à cultura egípcia. É a combinação de quem eu sou.”
Ainda sem um título oficial, o próximo 007 tem estreia prevista para abril do ano que vem. Além de Daniel Craig como James Bond, Ben Whishaw, Lea Seydoux, Naomie Harris e Ralph Fiennes retornam para o novo longa.