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Quarta estudante da PUC é demitida de estágio após ofensas racistas em torneio

Força-tarefa continua a identificar em vídeos os envolvidos no ataque racista aos jogadores de handebol da faculdade de direito da USP

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 nov 2024, 21h54 - Publicado em 19 nov 2024, 20h23

Mais um estudante da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foi demitido do estágio em escritório de advocacia. Ao todo, quatro alunos perderam os empregos devido à participação no ataque racista a atletas de handebol da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no último sábado 16, durante jogos estaduais universitários, em Americana, no interior paulista.

Nos vídeos que circulam pelas redes sociais, uma parte da torcida da PUC aparece xingando de “pobres” e “cotistas” os jogadores da USP. A estagiária que perdeu o emprego nessa terça-feira, 19, é Marina Lessi de Moraes. No dia anterior, tinham sido dispensados Tatiane Joseph Khoury, Matheus Antiquera Leitzke e Arthur Martins Henry. 

Comissão de investigação interna

A PUC é uma universidade com uma filosofia humanitária, que defende os ideais republicanos. A reação preconceituosa dirigida a estudantes negros não combina com os conceitos disseminados pela instituição de ensino – mas infelizmente reflete o comportamento da sociedade em geral. A universidade instaurou uma comissão para apurar a conduta dos alunos, que podem ser suspensos, advertidos ou expulsos. Ao todo, cinco jovens estão citados no boletim de ocorrência da Delegacia de Crimes Delitos de Intolerância.

Leia:

+ https://veja.abril.com.br/comportamento/jogos-universitarios-viram-palco-de-ofensas-racistas-alunos-da-usp-sao-chamados-de-pobres-e-cotistas

O que é a Lei de Cotas

A chamada Lei de Cotas, conhecida também como Lei 12.711, foi aprovada em 2012. Ela determina que as faculdades, obrigatoriamente, devem reservar parte das vagas para alunos de escolas públicas, de baixa renda, negros, pardos e índios. A legislação permitiu que jovens tenham a chance de ocupar um lugar que sempre foi negado, mas isso ainda tem um custo: enfrentar o preconceito dentro do campus. Os estudantes da PUC podem ser julgados e condenados por injúria racial, que desde o ano passado equivale a crime de racismo, que é inafiançável, com pena prevista de reclusão de dois a cinco anos.

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