Na semana em que o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anuncia o fim do estado de emergência sanitária no Brasil, uma pesquisa mostra que, durante o período de restrições em função da pandemia de Covid-19, 72,2% dos brasileiros se divertiram com jogos eletrônicos. Esta é uma das principais conclusões da nona edição da Pesquisa Game Brasil (PGB), desenvolvida pelo Sioux Group e Go Gamers em parceria com Blend New Research e a Escola Superior de Propaganda e Marketing. Em 2022, o estudo ouviu 13.051 pessoas em 26 estados e no Distrito Federal, entre os dias 11 de fevereiro e 7 de março.
O levantamento anual também mostra que cerca de 3 em cada 4 brasileiros usam jogos eletrônicos. É um crescimento de 2,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior, alcançando sua maior marca histórica com 74,5% da população do Brasil afirmando se entreter dessa forma. “Os jogos eletrônicos se solidificam cada vez mais em sua significativa importância na vida dos brasileiros, independente de sexo, idade ou até mesmo classe social, como uma das plataformas de entretenimento mais relevantes”, declarou em comunicado Guilherme Camargo, sócio do Sioux Group e professor na pós-graduação da ESPM.
Como em edições anteriores do levantamento, a PGB 2022 mostra que as mulheres são maioria entre o público de jogos eletrônicos no Brasil. Atualmente, elas representam 51% dos brasileiros que jogam. Em relação à etnia, 49,4% dos jogadores se identificam como pardos ou pretos; 46,6% se declaram brancas. Sobre a faixa etária, pessoas de 20 a 24 anos são a maioria, com 25,5%. O hábito é mais comum entre adolescentes de 16 a 19 anos, que são 17,7%, e pessoas de 25 a 29 anos, 13,6%.
A maior parte dos jogadores vem da classe média (B2, C1 e C2), com 62,7%. Pessoas de classe alta (A) representam 13,5% do público, seguidas pela classe média alta (B1), que representa 12,3%, e pela base da pirâmide (classes D e E), com 11,6%. No que diz respeito à renda familiar média, 29,1% dos jogadores brasileiros ganha entre R$ 2.090,01 à R$ 4.180, já 27,5% recebem até R$ 2.090. O público com renda entre R$ 4.180,01 à R$ 10.450 é de 26,7%.
O smartphone já aparecia como a plataforma favorita dos jogadores brasileiros, e agora se consolida ainda mais na preferência, sendo usado por 48,3% do público — crescimento de 6,7 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Computadores aparecem no segundo lugar, com 23,3% (na soma entre desktops e notebooks), e os consoles domésticos ficam em terceiro, com 20%. Independentemente da plataforma, um costume cada vez mais comum entre os adeptos de games no Brasil é jogar online: 36,9% jogam diariamente compartilhando a experiência com outros jogadores e 28,7% jogam em rede entre três a seis dias da semana. São poucos os que não jogam conectados, 6,7%.
Um dos fatores que fortaleceu e consolidou a presença dos jogos eletrônicos no Brasil foi o isolamento social exigido para frear a pandemia de Covid-19. Segundo a pesquisa, 72,2% dos gamers brasileiros afirmam terem jogado mais durante o período, e 57,9% marcaram mais sessões de partidas online com amigos quando ficavam em casa. “Isto reforça a ideia de que o período de isolamento social fortaleceu a relação dos brasileiros com jogos eletrônicos, especialmente através do consumo de conteúdo midiático de games em vídeos, streams e redes sociais”, declarou por meio de um comunicado Mauro Berimbau, da Go Gamers e professor da ESPM.