“Nunca haverá ninguém como ele”: Madonna faz homenagem ao irmão morto
Chistopher Ciccone era o irmão caçula da cantora, que mais a ajudou no início da carreira e faleceu aos 63 anos, vítima de câncer
Com um texto emocionado e várias fotos ao lado de Christopher Ciccone, Madonna fez uma homenagem ao irmão caçula, que morreu na última sexta-feira, 4. Segundo informações da Associated Press, ele foi vítima de um câncer ao 63 anos.
Vítima de um câncer, o dançarino era o membro da família mais próximo da popstar e que mais a apoiou no início de sua carreira, chegando a ser dançarino da cantora – ele aparece no videoclipe de “Lucky Star” – e dirigindo turnês mundiais como “Blond Ambition” (1990) e “The Girlie Show” (1993).
No texto, Madonna diz que o irmão foi “o humano mais próximo dela”, que ficaram sem se falar por algum tempo, mas a doença de Christopher voltou a uni-los.
Leia a íntegra do texto de Madonna, publicado em seu perfil no Instagram:
“Meu irmão Christopher se foi. Ele foi o humano mais próximo de mim por tanto tempo. É difícil explicar nosso vínculo. Mas surgiu da compreensão de que éramos diferentes e que a sociedade iria nos dificultar por não seguirmos o status quo. Pegamos as mãos um do outro e dançamos na loucura da nossa infância. Na verdade, a dança era uma espécie de supercola que nos mantinha unidos. Descobrir a dança em nossa pequena cidade do meio-oeste me salvou e então meu irmão apareceu, e isso o salvou também.
Meu professor de balé, também chamado Christopher, criou um espaço seguro para meu irmão ser gay. Uma palavra que não foi dita nem sussurrada onde morávamos. Quando finalmente tive coragem de ir para Nova York para me tornar dançarina. Meu irmão seguiu. E novamente nos demos as mãos e dançamos na loucura da cidade de Nova York!
Dedicamos arte, música e cinema como animais famintos, estávamos no epicentro da explosão de todas essas coisas. Dançamos em meio à loucura da epidemia de AIDS. Fomos a funerais, choramos e fomos dançar. Dançamos juntos no palco no início da minha carreira e eventualmente ele se tornou o Diretor Criativo de muitas turnês. Quando se tratava de bom gosto, meu irmão era o Papa, e era preciso beijar o anel para obter sua bênção.
Desafiamos a Igreja Católica Romana, a polícia, a maioria moral e todas as figuras de autoridade que atrapalharam a liberdade artística! Meu irmão estava bem ao meu lado. Ele foi um pintor, um poeta e um visionário. Eu o admirei. Ele tinha um gosto impecável. E uma língua afiada, que ele, às vezes, usava contra mim, mas eu sempre o perdoava.
Subimos as alturas mais altas juntos. E tropeçamos nas mais baixas. De alguma forma, sempre nos reencontramos e nos damos as mãos e continuamos dançando. Os últimos anos não foram fáceis. Nós não nos falamos por algum tempo, mas quando meu irmão ficou doente, encontramos o caminho de volta um para o outro.
Fiz o meu melhor para mantê-lo vivo o maior tempo possível. Ele estava com muita dor no final Mais uma vez, demos as mãos. Fechamos os olhos e dançamos juntos. Estou feliz que ele não esteja mais sofrendo. Nunca haverá ninguém como ele. Eu sei que ele está dançando em algum lugar”