Marca Daslu é leiloada por R$ 10,5 milhões e busca recuperar prestígio
Grande representante do mercado de luxo nas décadas de 1990 e 2000, a empresa decretou falência em 2016 e nunca conseguiu se reerguer

Foi na década de 1990 que a Daslu se tornou um verdadeiro império e ajudou a definir o mercado de luxo no Brasil. Mas enfrentou problemas de gestão, descobriu-se um esquema de evasão fiscal e o império ruiu. Decretou falência em 2016 e nunca conseguiu se reerguer. A marca, no entanto, ainda tem alguma força. É o que mostra o resultado do leilão pelos direitos de uso do nome Daslu e de todas as submarcas que criou ao longo dos anos. O resultado foi acima das expectativas: R$ 10,5 milhões.
Originalmente, o valor pedido era de apenas R$ 1,4 milhão, uma fração do dos 400 milhões anuais que a empresa movimentou no auge, em meados dos anos 2000, sob o comando da empresária Eliana Tranchesi. Mas foram 32 lances e os recursos vão para a massa falida da empresa, incluindo os 5% de comissão destinados à casa Sodré Santoro, responsável pelo leilão. O nome do vencedor ainda não foi divulgado.
Agora, começa a difícil jornada para recuperar o prestígio de outrora. A tarefa não será fácil. Outros grandes nomes do varejo, como Mappin e Mesbla, donos de redes de lojas, hoje são apenas uma sombra do que já foram, com modestas operações online.
Especialistas ouvidos por VEJA, no entanto, acreditam que uma reviravolta é possível, já que ela desperta lembranças afetivas de muitos clientes pioneiros no mercado de luxo. A curadoria de produtos feita pela marca a partir de negociações diretas com as grifes estrangeiras e o relacionamento com seus consumidores são diferenciais que fazem falta entre os grandes grupos de moda do país.