Madonna não perde o rebolado, mesmo aos 65 anos. Na estrada com a turnê “Celebration”, que resumo suas quatro décadas de carreira, ela segue com destreza ímpar de sempre de criar polêmicas relevantes. Desde outubro, quando abriu em Londres a agenda das 80 apresentações previstas na Europa, América do Norte e México, ela dá provas que continua firme nessa indústria que ajudou a construir. Rebateu as inúmeras críticas de etarismo e a cada apresentação dança e canta sem nenhuma economia de energia em um clima de exaltação à sensualidade, que sempre fez parte de seu DNA . Por mais que digam que Madonna não tem mais idade para usar um corset no palco, ela usa. O fato é que poucas mulheres, mesmo as mais jovens, caberiam naquele modelito.
A Rainha do Pop não se acha velha. Se fosse brasileira e morasse no Brasil, não estaria entre as pessoas ansiosas por tirar o cartão do idoso. Coerente com o passado e segura de que não vai ceder aos padrões sociais, a cantora lota as casas de shows, tanto que a maior parte dos ingressos já estão esgotados, com apresentações performáticas, que foram sempre sua expertise. Recentemente, na passagem por Lisboa, arrancou da plateia gritos de “gostosa”. E fico feliz com o que ouviu. “E isso (gostosa) é uma coisa boa, há muitos brasileiros lindos no mundo”, respondeu.
A maturidade deu a Madonna a humildade de se mostrar de carne e osso. Na apresentação na Bélgica, chegou a dar uma pausa em entre uma música e outra. Disse que não se sentia muito bem, mas não podia reclamar. “Eu estou viva”. Ela se referia a uma hospitalização que passou algumas semanas antes, quando pegou uma infecção bacteriana e entrou em coma. No cardápio da estreia do novo show, ela surpreendeu a plateia tocando ao violão o sucesso consagrado de Gloria Gaynor, “I will survive”. E no final perguntou aos fãs: “Pensaram que eu ia me deitar e morrer?” É Madonna sendo Madonna,