A tarde da quinta-feira, 17 no São Paulo Fashion Week foi dedicada aos novos talentos e ao trabalho social com alguns momentos bem emocionantes, por sinal. O maior deles ocorreu no desfile do programa Cria Costura, iniciativa liderada pelo Instituto Nacional de Moda Design e Economia Criativa (INMODE), em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo (SMDET) e a semana de moda paulistana, que incentiva, forma e qualifica novos talentos da periferia de São Paulo para o mercado de moda e empreendedorismo.
Mais precisamente ao final da apresentação, quando os alunos se levantaram da plateia e se colocaram ao lado dos modelos, posicionados na entrada da passarela, para “desfilar” um a um, ao lado de suas “criações”, sob lágrimas dos espectadores e aplausos de pé.
Um dos mais eufóricos era o estilista Dudu Bertholini, que assinou o styling do desfile, com mentoria criativa de Rita Comparato, que foi sua sócia na marca Neon. “Estou muito emocionado porque esse projeto mostra o poder transformador que a moda pode e deve ter”, disse ele a VEJA.
Com referências diretas aos anos 1980 e cores vivas, do laranja ao dourado, a coleção pontuou a tendência do maximalismo. Destaque para o maximalismo e as estampas desenhadas pelos próprios alunos. “É lindo ver esses jovens talentos, não de idade, mas de trajetória, florescerem e ter oportunidade de exercer seu talento e trabalho”, completou.
Trabalho artesanal em alta
Bertholini também assinou o styling da marca cearense Catarina Mina, que sob a direção criativa de Celina Hissa, apresentou crochê, rendas de bilro e filé e um rico bordado de seda, resultado de seu belíssimo trabalho manual, feito em parceria com artesãs do Nordeste.
Outro novo talento a se apresentar no Pavilhão das Culturas Brasileiras foi Heloísa Faria, que em parceria com o Revelando SP, iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, trouxe uma coleção que valorizou o artesanato, por meio de trabalhos de cerâmica, cestaria, palha de milho e bordados nas peças e em detalhes. “O mais emocionante é ver como o saber é transmitido de geração em geração, e como essa troca pode inspirar novas criações. Esse encontro entre o tradicional e o moderno me toca profundamente”, comentou a estilista.