Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

50 tons de vermelho: no pós-pandemia, a cor ganha força em caras e bocas

O batom clássico e vibrante e a maquiagem monocromática em delicados matizes de rosa explodem no mundo sem máscaras

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 10h43 - Publicado em 7 Maio 2023, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em frente ao espelho, é quase um tratado de sociologia: o ato de pintar o rosto acompanha o vaivém da civilização. O primeiro registro do que chamaríamos de maquiagem procede de desenhos egípcios de 3000 a.C., ao mostrar homens e mulheres com olhos delineados. Ao longo da história, os toques e retoques na face serviam como arma de diferenciação na sociedade. Hoje, ainda é assim. As cores que tingem lábios e maçãs do rosto representam um manifesto. E não há tom mais loquaz do que o vermelho e suas versões mais delicadas, até chegar a nuances bem claras. No pós-pandemia, o mundo sem máscaras, deu-se o renascimento escarlate em caras e bocas.

    SOFISTICADAS - Hailey Bieber e Zendaya: com mais ou menos brilho, tons de rosa viram marcas de influenciadoras internacionais
    SOFISTICADAS - Hailey Bieber e Zendaya: com mais ou menos brilho, tons de rosa viram marcas de influenciadoras internacionais (@haileybieber/instagram; Amy Sussman/WireImage/Getty Images)

    A preferência por essa escala cromática não é inédita. Na Grécia e na Roma antiga, decorar-se com tais matizes já fazia parte dos rituais de culto à beleza. Quem podia, porque era difícil de encontrar, coloria as têmporas com o rouge, tintura avermelhada obtida de raízes. Hábito retomado e prestigiado, tempos depois, por reis, rainhas e nobres nas cortes europeias do século XV em diante. Já os lábios bem vermelhos, ícones da sensualidade feminina, teriam sido invenção de Cleópatra, a monarca do Egito que espalhava sedução. Ela pintava a boca com uma mistura feita de besouros esmagados, ocre e carmim em pó — para ela, os fins justificavam os meios.

    Não há dúvida, e basta olhar para o lado — o bom e velho batom vermelho é quem manda e desmanda. E há, nesse império, precedentes muito nítidos: basta lembrar das mulheres que pintaram os lábios para reivindicar o direito ao voto no fim do século XIX ou resgatar a autoestima depois da II Guerra Mundial. O mesmo bastonete que estampou lutas feministas foi símbolo de pecado e motivo de caça às bruxas, chegando a ser proibido pela Igreja Católica. Tanta história, é natural, faz dele um clássico. “A cor vermelha costuma ter um profundo impacto na mente do usuário e na do observador”, diz a psicóloga britânica Julia Robertson, autora de um estudo sobre as motivações e os efeitos psíquicos da maquiagem. Direto ao ponto: o batom que ajudou a construir o ar sexy de atrizes como Marilyn Monroe entre os anos 1920 e 1950 hoje representa conquista e glamour, atraindo flashes nos lábios de Lady Gaga no tape­te vermelho do Oscar e nos de Rihanna no show do Super Bowl.

    BARBIECORE - Larissa Manoela: rosa domina da roupa à maquiagem
    BARBIECORE - Larissa Manoela: rosa domina da roupa à maquiagem (@larissamanoela/Instagram)
    Continua após a publicidade

    Contudo, como já não é possível viver em um mundo sem diversidade, trata-se de conviver democraticamente com cinquenta tons de vermelho. E com estardalhaço explodiu um outro estilo, não por acaso chamado de Barbiecore. Como sugere o nome, derivado da célebre boneca, trata-se de tingir o look de cor-de-rosa da cabeça aos pés, no vestuário e na maquiagem. Mas, em vez de partir para o pink, forte como ele só, a composição é suave, com predomínio do rosa-claro nos lábios, nos olhos e nas bochechas. O visual ganhou as redes e o mundo na pele de influenciadoras como Hailey Bieber, Zendaya e Dua Lipa, além da brasileira Larissa Manoela. Um dos apelos do Barbiecore é sua vocação democrática. “Esse tipo de beleza monocromática está em alta porque dá certo em todos os tons de pele”, diz Celso Kamura, cabeleireiro e maquiador de Angélica e Dilma Rousseff. A idade também não é obstáculo: estrelas mais maduras como Jennifer Lopez e Beyoncé seguem a proposta com elegância. Mulheres e homens de todo o mundo, uni-vos: viva o tempo encarnado.

    Publicado em VEJA de 10 de maio de 2023, edição nº 2840

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.