Um vídeo publicado no Facebook por Amanda Bowman Gray, uma inglesa de 40 anos, mãe de cinco filhos, reacendeu a discussão sobre a importância da educação inclusiva. Na publicação – que já ultrapassou 56 milhões de visualizações e tem quase 1,2 milhão de compartilhamentos, a irmã mais velha Lydia, de 11 anos, toca violão e canta ao lado do pequeno Bo, um bebê de dois anos com Síndrome de Down.
”Bo tem 25 meses de idade e tem um vocabulário de 12 palavras. Cada palavra que ela aprendeu passou pela música e pelo canto”, diz a mãe, que é casada com Caleb, de 26 anos, um músico, em sua rede social. ”É uma prova de que a terapia de música funciona”, complementa.
No vídeo, Lydia e seu irmão mais novo cantam a música You Are My Sunshine, do cantor norte-americano Johnny Cash. Segundo relatos da mãe ao portal Daily Mail, a canção, escolhida como música-tema do pequeno garoto por conta de sua história de vida, passou a ser cantada pela família na época em que Bo foi submetido a uma cirurgia no coração.
Segundo Rosangela de Lima Yarshell, pedagoga especialista em distúrbios de áudio-comunicação, portadores desta Síndrome respondem muito bem quando estimuladas. ”Este bebê mostra uma resposta muito positiva através da música”, diz ao #VirouViral. Ela diz, ainda, que não há nenhuma teoria que diga que uma criança nesta condição não possa aprender.
A opinião da pedagoga é endossada pelo livro Síndrome de Down, do neuropediatra José Salomão Schwartzman, que defende que o desenvolvimento da linguagem e execução de atividades diárias são possíveis, mesmo que o indivíduo apresente dificuldades na tomada de decisões e elaboração de pensamentos.
Rosangela destacou a utilização da música neste processo por conta do refrão e da repetição. ”Posso garantir que a repetição facilita o aprendizado, a memorização”, analisa. Ao blog, a especialista diz, ainda, que a dança, o desenho e os recursos de informática são importantes por estimularem outros componentes do sistema nervoso. Para ela, o documentário Do Luto à Luta, que conta a história de portadores da Síndrome de Down e a forma como se relacionam com o mundo, é um exemplo de como o acompanhamento cuidadoso pode ser benéfico para essas pessoas.