Como uma vaquinha para eutanásia ‘virou’ um episódio de Black Mirror
Reação de doadores parece obra de roteiristas
Diagnosticada com neuralgia do trigêmeo bilateral, a jovem Carolina Arruda, 27, sofre com a considerada “pior dor do mundo”. A estudante de veterinária, que compartilha nas redes seu dia a dia com a doença, recentemente abriu uma vaquinha para conseguir pagar por uma eutanásia no exterior, já que no Brasil a prática é proibida, e arrecadou cerca de R$150 mil.
Com a repercussão do caso, a Santa Casa de Alfenas (MG) ofereceu a ela um novo tratamento, antes que medidas radicais sejam tomadas. “O médico está esperançoso. Ele disse que não vai me prometer nada, mas eu também estou esperançosa com esse tratamento. Eu não acredito que estou sem sentir dor. Não acredito. Não sei se dá para ver no meu semblante, mas estou aliviada porque estou sem dor”, disse Carolina.
O que parecia ser uma dose de esperança e otimismo para ela, revelou um lado sombrio da humanidade, que se assemelha aos roteiros bizarros da série Black Mirror. Ao verem a melhora da influenciadora, seguidores se revoltaram por terem doado e a eutanásia não ter acontecido. “Maravilha, e o dinheiro da vakinha, vai devolver ou vai doar?”, comentou um usuário. “Quem doou para a eutanásia tem de pedir a devolução se você desistir. A doação era para a eutanásia e é a mesma coisa que doar para uma criança e os pais usarem o dinheiro para outra coisa”, disse outro.