(Disponível na Netflix) Controlada pelo pai com firmeza obsessiva, a adolescente June (Sorcha Groundsell) só exibe brilho nos olhos, tão melancólicos quanto a paisagem do interior inglês onde vive, quando está diante de uma pessoa: seu namoradinho, Harry (Percelle Ascott). Como o rapaz também se sente oprimido em seu lar, em que convive com um pai branco catatônico e uma mãe negra superprotetora, o casal é acometido por um impulso juvenil — o desejo incontrolável de fugir de casa. Até aí, Os Inocentes seria apenas uma típica história de amor e rebeldia na adolescência. No entanto, a atmosfera carregada da série já informa de cara que existe um fenômeno cabeludo em curso. Tão logo os dois jovens põem o pé na estrada, estranhas figuras ligadas a uma organização na Noruega — onde parece estar aprisionada a mãe da garota — saem em seu encalço. E daí se entende a razão disso: June descobre em si um estranho superpoder, mas não sabe o que significa nem como controlá-lo. Ainda que a série peque pelo excesso de reiterações e firulas, seu cruzamento de romance juvenil com ficção científica é engenhoso — e tem potencial para agradar tanto ao público-alvo quanto aos adultos.
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