(Taeksi Woonjunsa, Coreia do Sul, 2017. Califórnia Filmes) Viúvo com uma filha de 11 anos e curtíssimo de dinheiro, o taxista Man-seob (Kang-ho Song) se vale de qualquer expediente que lhe apareça pela frente — como roubar o freguês estrangeiro de um colega. Man-seob, porém, não conhece a história toda: o alemão Peter (Thomas Kretschmann) é, na verdade, repórter e quer ir para Gwangju porque a cidade está sob lei marcial — sem comunicação, cercada pelo Exército, Gwangju é, no momento, palco de violentos confrontos entre os soldados e os estudantes. O diretor Hun Jang aborda os levantes que se seguiram ao golpe de Estado sul-coreano de 1979 com a exuberância e as manobras arriscadas que caracterizam o melhor do cinema produzido hoje em seu país: sua transição da comédia para o horror da batalha nas ruas é tão abrupta quanto impecável, e a progressão para o drama é genuinamente comovente — mérito que ele divide com o maravilhoso Song, de O Hospedeiro e Expresso do Amanhã.