(Brasil, 2018. Já em cartaz no país) Atropelado no centro do Rio e prestes a morrer, um homem pede ao desconhecido que tenta socorrê-lo que lhe dê um beijo. Arandir (Lázaro Ramos) o atende — e o gesto, presenciado por um repórter sensacionalista (Otávio Müller), rapidamente engendra uma tragédia na vida de Arandir, de sua mulher (Débora Falabella) e do pai dela (Stênio Garcia, em atuação tocante). Em uma notável estreia como diretor e roteirista, Murilo Benício adapta a peça de Nelson Rodrigues (1912-1980) ao mesmo tempo encenando-a e a desconstruindo. Na fotografia em matizes de cinza de Walter Carvalho, a simples leitura do texto em torno de uma mesa alterna-se com cenas com os atores caracterizados.