Mônica Salmaso faz uma ode ao interior em ‘Caipira’
Décimo primeiro álbum da cantora paulista chegou às lojas em agosto

Se nós não somos unos, que dirá o Brasil. É um pouco dessa diversidade que espelha Caipira, o 11º de estúdio da cantora Mônica Salmaso. A paulista, que une a formação em canto lírico ao gosto pelo popular, passou os anos de 2002 e 2003 dedicada a pesquisar universos específicos da música brasileira para uma série de shows no Sesc de São Paulo. Um desses universos era o caipira, no espetáculo Casa de Caboclo. Dessa experiência, trouxe preciosidades encontradas com a ajuda de amigos como o violeiro Paulo Freire, caso de Alvoradinha (domínio público) e A Velha (Zezinho da Viola). No campo das canções tradicionais, destaque também para Saracura Três Potes (Candido Canela e Téo Azevedo), já gravada por Pena Branca e Xavantinho.
Mas há também inéditas, como a música que dá nome ao disco, composição de Breno Ruiz com letra do sempre ótimo Paulo César Pinheiro. E surpresas como Água da Minha Sede, música de Dudu Nobre e Roque Ferreira já conhecida como um sambão na voz de Zeca Pagodinho, que aqui ganha uma versão intimista, delicada. A faixa, que pode ser escutada abaixo, é uma das mais bonitas do disco. Como a própria cantora diz em um vídeo para o canal da gravadora Biscoito Fino no YouTube, o CD não é uma tese de doutorado sobre o universo caipira. Não é apenas matuto, mas sobre ser matuto, sobre o sentir do interior.
Primeiro álbum de Mônica desde Corpo de Baile, de 2015, Caipira está disponível nas plataformas de streaming Spotify, Deezer e Apple Music. O álbum também pode ser adquirido por 9,99 dólares (cerca de 31 reais) na iTunes Store, ou na versão física por 39,99 reais.