(Long Day’s Journey Into Night, China/França, 2018. Já em cartaz no país) Agora quarentão, Luo volta à província que deixou na juventude para perseguir uma espécie de miragem — a mulher com quem ele passou uma temporada e da qual não sabe ao certo nem o nome. O cineasta chinês Bi Gan transforma esse argumento tênue numa experiência mesmerizante em Longa Jornada Noite Adentro, em que passado e presente, e memória e fantasia, se costuram de maneiras imprevistas. O resultado é um tanto desorientador, mas nem sempre entender é o mais importante que se pode fazer numa sala de cinema: neste caso, é deixar-se levar pelas imagens virtuosísticas de Bi Gan, tecidas em sequências sem cortes que alteram a percepção do tempo.