Se seu filho não gosta de ir à escola, Malala pode dar uma ajudinha. A paquistanesa tem apenas 20 anos, mas já passou por poucas e boas – levou um tiro na cabeça por teimar em se opor ao Taleban, que queria as meninas fora das salas de aula – nessa curta vida, e tem o que contar. E de fato o faz. Além das palestras que dá, escreveu uma autobiografia para adultos, Eu Sou Malala, lançada no país pela Companhia das Letras, e uma versão para crianças, recém-publicada pela mesma editora. Apesar de suprimir a passagem mais violenta que viveu, a paquistanesa, hoje estudante de Oxford, faz um livro tocante – mesmo para os adultos que não leram sua biografia e não conhecem sua história. Em um tom que chega a ser poético, mas evita a emoção gratuita, ufa, Malala conta como, desde criança, quis mudar a feia realidade que tinha em volta de si – o livro traz belas ilustrações de ruínas, miséria e destruição. Para isso, sonhou com um lápis mágico, que traçasse brinquedos para as crianças, casas inteiras para famílias, até descobrir que ela mesma poderia ser agente de transformação. Como pode, é o que fica nas entrelinhas, todo leitor da sua história.