Em seu quarto álbum de estúdio, Lust for Life, Lana Del Rey trocou as baladas melancólicas, sobre amores abusivos e perigosos, por batidas do rap e do folk, com letras sobre o momento atual dos Estados Unidos e o futuro do país. Há um tom de esperança e alegria na musa triste do indie.
Aliás, esse é o primeiro álbum em que Lana aparece sorrindo na capa. Desde seu CD de estreia, Born to Die (2012), a americana ficou conhecida pelas letras tristes em ritmo lento, que encantou jovens com coroas de flores na cabeça ao redor do mundo, na era dos filtros que imitam fotos antigas no Instagram. O verso da música de abertura de Lust for Life, Love, Lana já diz: “Look at you kids with your vintage music“, ou “olhe só pra vocês, crianças, com suas músicas vintage”, em tradução livre. A cantora aparece mais irônica e sabe brincar com os comentários que são feitos sobre o seu trabalho.
O álbum ainda recebe grandes parcerias com The Weeknd, Stevie Nicks, os rappers A$AP Rocky e do Playboi Carti e Sean Ono Lennon. A mistura mostra a pluralidade das canções. Enquanto a cantora arrisca o rap e a balada em Summer Bummer e Groupie Love, é possível ver os traços dos Beatles em Tomorrow Never Came, com o filho de John Lennon e Yoko Ono em um folk amargurado.
Além disso, a artista segue os passos de diversos outros cantores, como Katy Perry e Snoopy Dog, ao falar sobre o governo do presidente Donald Trump. Em God Bless America – and All the Beautiful Women in It, Lana exalta o poder das mulheres e em When the World Was at War We Kept Dancing, afirma “isso é o fim da América? Não, é só o começo”.
O álbum termina com duas faixas esperançosas. “Pessoas são seres poderosos”, afirma a cantora em Change e na última música, Get Free, Del Rey revela: “Esse é o meu manifesto moderno”. Lust for Life é o maior álbum da cantora, com 16 faixas e mais de 70 minutos de duração. O CD já está disponível nas plataformas digitais.