Quando foi para envergar o manto de arminho e uma das coroas mais pesadas da sua coleção e abrir os trabalhos do novo ano parlamentar, em solene e muito simbólica cerimônia em Westminster, ela passou o bastão para o herdeiro. Mas foi só acenar com um show de cavalos que sobrou vitalidade — e lá foi a Rainha Elizabeth, 96 anos, passar uma hora e meia vendo malabarismos, desfiles e o magnífico trote de puros-sangues, muitos deles de sua propriedade, no Royal Windsor Horse Show. De bengala e incomum traje em camadas — vestido, casaquinho e xale de lã —, Elizabeth riu, aplaudiu, conversou e, discretamente, retocou o batom. Sem espelho, porque afinal faz isso há bem uns oitenta anos. No dia seguinte, apareceu de novo, toda animada, na inauguração da nova linha de metrô que leva seu nome. Vida longa à rainha.
Publicado em VEJA de 25 de maio de 2022, edição nº 2790