Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

VEJA Gente

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Notícias sobre as pessoas mais influentes do mundo do entretenimento, das artes e dos negócios
Continua após publicidade

Primeira trans a adotar crianças no Brasil aponta problemas do processo

Alexya Salvador foi citada recentemente na novela ‘Renascer’

Por Giovanna Fraguito Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 12h43 - Publicado em 3 abr 2024, 11h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em 2023, no Sistema Nacional de Adoção, do Conselho Nacional de Justiça, existiam pouco mais de cinco mil crianças e adolescentes disponíveis para adoção. Por outro lado, na fila, mais de 34 mil pessoas ou famílias estavam dispostas a adotar. Uma dessas pessoas foi Alexya Salvador, 43, professora da rede pública de São Paulo, formada em Letras, Pedagogia e Teologia, hoje mãe de três filhos. Alexya foi a primeira mulher trans a adotar no Brasil, em 2015, quando completou sua família com Gabriel, atualmente com 19 anos. Em Renascer, novela da TV Globo, a educadora foi citada em uma das cenas, o que deu novos holofotes para sua história. Buba (Gabriela de Medeiros) queria adotar uma criança e decidiu buscar informações sobre os requisitos para adoção no Brasil.

    A representante da instituição que a personagem visitou cita a história de Alexya, casada há 15 anos com Roberto Salvador, 34, também professor. “Esse era um sonho desde de criança, sempre falava que queria ter três filhos. Quando conheci o Roberto, a gente foi trabalhando essas questões, planejando. E queríamos ter filhos por adoção. Trabalhamos (o tema) desde 2009 e em 2015, quase seis anos depois, tivemos o nosso primeiro filho, o Gabriel, que tinha 9 anos”.

    Ela relata à coluna GENTE que, mesmo sendo pioneira, teve muito apoio da família, da Igreja onde é reverenda – a Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), e do grupo de apoio Acolher, que a ajudou no processo de adoção. “Como sou a primeira travesti a adotar no Brasil, depois da adoção do Gabriel, ganhei certa mídia e começaram a aparecer abrigos do Brasil todo. Mas eu queria adotar uma menina trans. Em 2016, um abrigo entrou em contato, e adotamos Ana Maria. Ela chegou com 10 anos e hoje está com 17. Depois, em 2018, a história se repetiu. Adotamos Deise, de 7 anos, uma menina trans negra, super emponderada, que hoje tem 12 anos. E as duas fazem acompanhamento no Hospital das Clínicas em São Paulo, para receber todo o apoio. Eu tinha tanto medo, principalmente pela Ana, por ser menina trans, quando ela não tinha o nome retificado. Por ser professora há tantos anos, sei como funciona o ambiente escolar. A escola ainda é um ambiente preconceituoso”. 

    Hoje, Alexya busca ser inspiração para outras trans. Ela também não deixa de pontuar o que acredita ser o maior empecilho no Brasil para que pessoas iguais a ela não consigam adotar: “A bancada evangélica, a bancada da Bíblia. Ainda existe, infelizmente, a parte fundamentalista da religião cristã, que vai ditar a regra para o senso comum da sociedade. Quando se fala que crianças trans não existem, isso mexe com a sociedade, muitos não vão buscar informação. Sou reverenda na ICM, a primeira igreja inclusiva fundada em Los Angeles. A fé sempre esteve presente na minha vida, fui católica a vida inteira. Fiz o seminário para ser padre antes da transição. Aprendi que sou perfeita, que Deus me criou da forma que sou. Não escolhi ser travesti, é da minha natureza”. 

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.