Papatinho emplaca música em Hollywood e defende trap: ‘letras polêmicas’
DJ e produtor brasileiro teve faixa em ‘Bad Boys 4’, franquia estrelada por Will Smith
O carioca Tiago Alves, de 37 anos, conhecido como Papatinho, está na trilha sonora de Bad Boys 4, o quarto filme da franquia estrelada por Will Smith e Martin Lawrence. O DJ e produtor brasileiro emplacou a faixa Flores para Ti, nas vozes de Luísa Sonza e Becky G. “No início do ano, recebi um pedido de música pela gravadora que cuida do filme. E já tinham me pedido outras vezes, tinha enviado música para (o filme) Esquadrão Suicida. Sempre tentando, mas nunca tinha entrado na área. Selecionei 11 ou 12 músicas, com diversos nomes, que já estavam prontas. Os caras ficaram impressionados, porque tinham músicas até com Black Eyed Peas. E no final ficou uma das faixas. Já bati na trave tantas vezes, com tantas coisas, que nem fiquei criando expectativas, só acreditei quando veio o e-mail final, que era aquele e-mail para assinar (o contrato)”, diz ele à coluna GENTE.
Papatinho já produziu músicas com artistas como Snoop Dogg, Anitta, Ludmilla, Marcelo D2 e Gabriel Pensador, além de ajudar a alavancar a carreira de nomes que estão chegando ao mercado. “Tenho trabalhado bastante fora do país, viajando e feito conexões, sessões de estúdio com compositores e artistas. Nos últimos dez anos tenho tentado manter uma constância. Nunca parei de trabalhar aqui, mas tenho um grande sonho de produzir coisas lá fora. Agora começo a colher os frutos. Lá fora comecei uma carreira praticamente nova. Até o meu nome a galera fala errado (risos). Papatinho virou Papatino”.
O artista, que nasceu do gênero do rap e também trabalha com trap e funk, com nomes como Orochi e Lennon, defende as letras “rebeldes”, que falam sobre ostentação, drogas e mulheres de forma pejorativa. “A galera que faz trap no Brasil tem a referência lá de fora. O trap lá de fora é isso. Não tem como negar. Se estudarmos a origem do gênero, veremos que já nasceu proibida, censurada. Eles falam de ostentação, de coisas ilícitas… Os moleques que vivem aqui têm aquelas referências e falam o que querem. Claro que vai ter preconceito, como todos os gêneros rebeldes. Como o rock passou nos anos 1980. Música é feita para a pessoa se expressar da forma que quiser. Você pode passar uma emoção, uma felicidade, fazer a pessoa refletir ou pode ser uma música só para divertir, para fazer a pessoa dançar, como é o funk”.
Em meio a polêmicas que envolvem nomes como o de Oruam, filho do traficante Marcinho VP, que teve alguns shows cancelados recentemente na Europa, Papatinho se coloca a favor da liberdade de expressão. “Acho esse moleque muito maneiro. Eles são exatamente o que a cultura do gênero é. Seguem exatamente as referências e as vivências deles, vivem isso e querem se expressar assim. É um moleque que tem personalidade, é criativo, novo, carismático, um personagem único. Eles acabam fazendo com que o movimento cresça e são a nova geração. Fico feliz de acompanhar”.