Um dos grandes sucessos do cinema nacional neste começo de 2024, a sequência Nosso Lar 2: Os Mensageiros, adaptação do livro Os Mensageiros, de 1944, psicografado por Chico Xavier tendo o espírito André Luiz como autor, tem dado o que falar. O desfecho de dois personagens, por exemplo, soa equivocado aos olhos do público mais atento. No desenrolar do filme, dois homens têm destinos diferentes com base na experiência terrena: o líder de casa espírita Isidoro (Mouhamed Harfouch) e o empresário Fernando (Rafael Sieg). Ambos fazem parte do grupo de escolhidos para receber ajuda dos mensageiros, que atuam como anjos ao partir para a Terra com uma missão: ligar o mundo espiritual ao planeta.
Quando vem para Terra, Isidoro abre um centro espírita, trabalha duro e vive de forma sempre correta. Mas, depois da sua morte, é punido no plano espiritual. Por outro lado, Fernando, quando desce à Terra, vive de forma extremamente materialista, sem se importar com nada espiritual. Ao morrer, recebe ajuda dos espíritos e é acolhido com honra. Nesse ponto, o longa apresenta uma certa falta de lógica, já que, dentro das ações em vida, Isidoro era mais consistente e terminou mal, enquanto Fernando, péssimo do ponto de vista espiritual, teve recepção de gala. O roteiro não explica essa predisposição falha do “além”.
Nosso Lar foi lançado em 2010 e levou mais de 4 milhões de pessoas às salas de exibição, fixando-se entre as maiores bilheterias do país na época. Agora, catorze anos depois, ainda mostra fôlego de sobra. A parte 2 chegou aos cinemas na quinta-feira 25 e já acumula mais de 550.000 ingressos vendidos no fim de semana da estreia, firmando-se como o primeiro filme nacional a estrear em primeiro lugar nos cinemas pós-pandemia.