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Os bastidores da ‘Shallow’ brasileira

A trajetória da versão brasileira de 'Shallow', desde a saga pela aprovação de Lady Gaga até a chuva de memes nas redes sociais

Por João Batista Jr. Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 19h43 - Publicado em 18 Maio 2019, 16h32

Ganhadora do Oscar como melhor Canção Original, Shallow, do filme Nasce uma Estrela, também foi de certa forma premiada, aos moldes tupiniquins. Com uma roupagem sertaneja e ares de sofrência, a versão brasileira da música de Lady Gaga e Bradley Cooper figurou nos trending topics do Twitter, nesta semana, como novo meme, protagonizado pelas vozes de Paula Fernandes e Luan Santana.

Um trecho, divulgado pela cantora brasileira nas redes sociais, não foi muito bem recebido pelos fãs, que fizeram chacota da letra, cujo refrão “Juntos e Shallow Now” se mostrou pouco criativo na avaliação do público. Em depoimento ao site de VEJA, Marcelo Maia, empresário e gestor de carreira de Paula Fernandes, contou os bastidores da decisão de fazer uma releitura da canção norte-americana.

O nascimento da ‘Shallow’ brasileira

A primeira relação direta de Paula Fernandes tocando Shallow, segundo o seu empresário, surgiu no Estúdio Toca do Bandido, no Rio de Janeiro, uma semana após a premiação do Oscar, em meio aos preparativos do repertório para um DVD, que será gravado em junho.  “Paula já era fã de Lady Gaga, adorou o filme e começou a cantar despretensiosamente Shallow, em inglês mesmo”, conta Maia.

As circunstâncias da exposição da versão original de Shallow nas rádios brasileiras corroborou com a admiração de Paula Fernandes em torno de Lady Gaga. A ideia amadureceu após Marcelo Maia se reunir com um diretor da Rádio Nativa FM. “Mais de 60% das rádios do país prestigiam as músicas brasileiras. Ou seja, estamos falando de milhões de ouvintes que não estão expostos a esse sucesso”, diz Maia.

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Em seguida, o empresário propôs e incentivou que a artista fizesse uma versão: “Ela vibrou, abraçou a ideia e no mesmo dia compôs a letra de Juntos“.

A partir disso, houve uma saga para conseguir as autorizações devidas para a gravação. Os autores de Shallow e suas respetivas editoras foram identificados e contatados com a ajuda da Universal Publishing, editora da Paula Fernandes.

Junto com o pedido, foram enviadas a letra e a tradução em português. Ao receberem o pedido, a editora requisitou, também, uma gravação de Paula  Fernandes cantando e tocando a versão. Lady Gaga ouviu a versão minimalista, em voz e violão, aprovando Juntos em 15 dias após o envio.

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“Preparamos o pedido demonstrando para a editora da Lady Gaga que Paula Fernandes era uma cantora, compositora e instrumentista consolidada no mercado brasileiro”, explica Maia. A argumentação para convencer a editora de Lady Gaga também passou pelos vários exemplos de versões e duetos gravados com artistas internacionais, como Shania Twain, Taylor Swift, Alejandro Sanz e Juanes.

Além disso, a versão de Shallow poderia expor muito mais a canção original, sobretudo no rádio, segundo Maia. “Isso se tornou, de fato, uma verdade”, na avaliação do empresário da artista brasileira, apesar das críticas e dos memes feitos pelos fãs brasileiros. A escolha de Luan Santana para o dueto foi uma decisão da Paula Fernandes. Luan se apaixonou pela versão e gravou a voz no mesmo dia em que se falaram em seu estúdio.

O empresário não parece ter ficado constrangido com a proporção de memes em cima da versão brasileira de Shallow, ignorando essa movimentação das redes sociais. “Tivemos artistas, personalidades, público comum, todos viralizando o refrão da música. Estamos muito animados pelo que vem pela frente”.

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(Com colaboração de Leonardo Pinto)

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