O trabalho que salva a pele de Bruno Montaleone após ‘Mania de Você’
Ator vive personagem importante em ‘Homem com H’, elogiado filme sobre a vida de Ney Matogrosso

Depois de ter seu personagem – Cristiano – jogado para escanteio em Mania de Você, da TV Globo, Bruno Montaleone, 28 anos, ganhou os holofotes ao dar vida ao médico Marco de Maria, companheiro de Ney Matogrosso, 83, por 13 anos que morreu em decorrência da AIDS, em Homem com H. Dirigido por Esmir Filho, o filme narra a trajetória do cantor, interpretado por Jesuíta Barbosa, 33, até se tornar um dos maiores nomes da música brasileira, incluindo seus desafios, preconceitos, perdas e amores. Em conversa com a coluna GENTE, o ator falou sobre a preparação para o papel, o contato com Ney e a polêmica envolvendo a novela de João Emanuel Carneiro: “Eu foco naquilo que tenho controle”.
Em Homem com H, você interpreta uma pessoa importante na trajetória de Ney Matogrosso. Como foi mergulhar nessa personagem? Esse filme foi um trabalho onde tive mais tempo para me preparar, estudar, junto de uma presença constante do nosso diretor, que foi essencial. Para conhecer Marco, era preciso conhecer profundamente o Ney para além do artista, e sua vida antes de eles se esbarrarem. Não conhecia a história dos dois até então. Ney não contava tanto dessa parte de sua vida para o público e acho que o fazia para preservar a relação, levando em conta que Marco era uma figura distante do showbizz.
Que tipo de pesquisa você fez para se situar no contexto abordado no filme? Primeiramente, fui direto na biografia de Ney, para entender sua trajetória, o mix da vida pessoal com a carreira. Logo depois, me situei sobre o momento histórico de quando Marco e Ney se conheceram. Era importante também me inteirar sobre a chegada da AIDS no Brasil e entender como isso afetou toda a sociedade e não apenas no campo da saúde. Para finalizar, eu recebi observações valiosas do Esmir sobre a relação de Ney e Marco.
O que mais te marcou sobre Ney como artista e ser humano? Foi como ver uma entidade. Acho que umas das coisas que mais gostei nele foi o próprio Ney, sabe? Como pessoa. Extremamente educado, elegante e uma alma jovem. Foi um dia muito especial.
Seu último trabalho, Mania de Você foi rodeada de polêmicas. Como foi passar por aquilo tudo? Sinto que já tenho experiência suficiente para entender que novela é uma obra aberta e que as coisas mudam muito rápido, numa semana o personagem pode crescer e gravarmos de segunda a sábado, na outra semana ele pode ficar afastado por algum motivo. Eu foco naquilo que tenho controle e acho que é sempre o mais produtivo, embarcando de peito aberto. Mesmo que, inicialmente, neste caso, ainda sabendo pouco sobre meu personagem quando peguei o trabalho. E mantive, claro, o compromisso assumido até o fim.
Mas era o que esperava? A minha principal expectativa era entregar com responsabilidade e compromisso o personagem. Já repercussão tem de todos os tipos e as mais variadas sempre. Acho importante ouvir tudo que pode, de qualquer forma, nos ajudar a construir algo, mas sem que se perca o olhar do que está de fato ao nosso alcance.
