O que há em comum nas mocinhas em novelas de Rosane Svartman
Autora de ‘Dona de Mim’ já levou para as telas personagens semelhantes à Leona

Foi-se o tempo em que a única motivação das mocinhas de novela era aguardar a chegada do par romântico para o final feliz. Atualmente, o que temos visto nas telas é a representação de mulheres fortes, quase heroínas, que, embora encontrem um romance no caminho, buscam outro objetivo no fim. Quem tem demonstrado bem esse novo protagonismo feminino nas novelas é Rosane Svartman, autora de Dona de Mim, atual novela das 7 da TV Globo. “As mocinhas não tem mais como principal propósito um par romântico ou uma realização do ponto de vista amoroso. As protagonistas estão mais sofisticadas”, explicou a escritora na ocasião da apresentação da sua nova guerreira: Leona, interpretada por Clara Moneke. A coluna GENTE reuniu abaixo algumas das principais protagonistas da autora que ficaram marcadas na teledramaturgia.
Totalmente Demais (2015). Interpretada por Marina Ruy Barbosa, Eliza é uma jovem humilde que foge de casa para escapar dos abusos do padrasto. Na “cidade grande”, ela acaba sendo convidada para um concurso de beleza. Na época, a trama foi chamada de um conto de fadas moderno, com uma jovem rebelde se tornando uma “princesa” e muito amor, sim, pois novela tem que ter romance. O “lado Rosane” da protagonista estava no empoderamento feminino. Além de não abaixar a cabeça para ninguém, nem mesmo à vilã Carolina, interpretada por Juliana Paes, a personagem não se deixava levar pela influência dos homens, como Arthur (Fábio Assunção) e Jonatas (Felipe Simas).
Bom Sucesso (2019). A trama conta a história de Paloma, uma costureira que recebe um diagnóstico de doença terminal por engano e decide mudar de rotina por acreditar que tem pouco tempo de vida. Nesse período, cria uma grande amizade com Alberto (Antônio Fagundes), um rico editor de livros solitário, que realmente está à beira da morte. Em um conto que aborda a importância da amizade, família e poder da leitura, a protagonista, vivida por Grazi Massafera, trouxe para as telas uma mulher cheia de sonhos, simples e batalhadora. Mesmo enfrentando o desafio de lidar com uma possível morte, ela mantém a leveza, esperança e dignidade ao longo da jornada.
Vai Na Fé (2023). Um dos sucessos mais recentes da TV Globo, o folhetim contou a história de Sol, interpretada por Sheron Menezzes, uma mulher negra, evangélica e batalhadora que volta com a cantar após anos afastada dos palcos. Moradora da periferia do Rio, ela enfrenta os desafios de sustentar a família, educar as filhas e traumas do passado. Além de ser uma das primeiras novelas a abordar o evangelismo, Vai na Fé destacou nas telas o empoderamento feminino, o amor, ao reencontrar Ben (Samuel de Assis), o preconceito com crenças e o racismo. Assim como nas anteriores, a história de Sol explora a coragem da mulher independente e mostra que é possível mudar, tanto na vida pessoal quanto profissional.
Dona de Mim (2025). Atualmente no ar, a novela das 7 traz a história de Leona, também chamada de Léo, uma jovem batalhadora que, seis anos depois de perder sua filha em um aborto espontâneo, luta para sustentar a família. Para isso, começa a trabalhar como babá em uma casa de um dono de uma fábrica de lingerie e acaba se aproximando de Sofia (Elis Cabral), filha adotiva de Abel (Tony Ramos). Ainda não é possível chegar à mensagem final, mas Rosane já indicou o que deseja levar para os telespectadores: “Eu sempre tento buscar qual é o espírito da época. Em Vai na Fé, foi a esperança, a fé, depois de anos de pandemia e de tanta dor. Agora, depois que saímos de casa, a gente tem falado muito de saúde mental e superação. Tem uma protagonista que cai em um buraco, mas sai gigante. Por isso tem uma frase que amo: a felicidade sempre encontra um caminho”.