Giovanna Ewbank, 37 anos, está a mil. Acaba de estrear A magia de Aruna, megaprodução da Disney que traz três bruxas “modernas” e super antenadas com os dilemas contemporâneos – as outras duas atrizes são Erika Januzza e Cleo – também comanda com Fernanda Paes Leme o videocast Quem Pode Pod, com conversas que repercutem imediatamente nas redes sociais. Casada com Bruno Gagliasso há 12 anos, é mãe de Títi, de 10; Bless, de 8 e Zyan, de 3. Em entrevista à coluna, Giovanna comenta que o marido levou ao presidente Lula (PT) questões que o casal debate em casa.
Como foi voltar a atuar depois de tanto tempo longe dos sets? Foi incrível, porque nem eu sabia que estava com tanta saudade de atuar. Também porque de alguma forma me senti mais segura no set de filmagem depois de tanto tempo longe. Foi uma delícia!
O que pode falar sobre A magia de Aruna? Posso dizer que a série fala sobre quem são as bruxas de verdade, desmistificando o inconsciente das pessoas sobre elas. As bruxas eram curandeiras, envolvidas com a natureza e não pessoas más que pegavam criancinhas! Eram mulheres fortes e destemidas, mesmo perseguidas pela sociedade. É o que acontece até hoje, né? As mulheres sempre foram perseguidas por serem fortes.
Como foi a reação dos seus filhos quando souberam que você estará no mundo Disney? Faço a Juno. Das três personagens centrais, ela é a que tem veia cômica, um pouco avoada, mas muito sensível. As crianças já me viram caracterizada, ficaram impactados quando falei que ia fazer uma bruxa. Ficaram um pouco assustados, mas quando expliquei quem eram as bruxas, fiquei feliz de ver o olhar dos meus filhos mudando. Eles vivem me perguntando quando vai passar A Magia de Aruna. Saber que faço um trabalho que meus filhos vão curtir assistir, vai ser muito legal.
Não é a primeira vez que faz trabalhos para o público infantil. É uma sensação diferente? Já apresentei TV Globinho, já trabalhei com Renato Aragão, o universo infantil de alguma maneira me chama. Gosto muito de trabalhar com as crianças, mesmo antes de me tornar mãe. É diferente de um trabalho feito para adulto. A gente fica com a mente mais aberta, a imaginação mais fértil e se joga.
Precisou dar um tempo no Quem Pode Pod? Não, graças a Deus conseguimos conciliar tudo. Eu gravava o canal, a série, programas, cuidava dos filhos… Foi uma loucura! Mas consegui me organizar para não deixar o público da internet, mais de cinco milhões de inscritos, sem conteúdo. O único momento que tive que parar foi quando engravidei, e depois no puerpério.
O que te motivou a dar esse passo firme rumo à internet? O mundo mudou muito durante a pandemia, eu também mudei muito e senti que a gente precisava de uma coisa nova no canal. Depois do que aconteceu, precisávamos de algo mais sério. O Quem Pode Pod foi pensado não só para ser um programa de entrevistas, mas também para trocar experiências. Tanto que eu me exponho, a Fernanda se expõe, não só o convidado…
Como é sua preocupação em relação ao que seus filhos consomem de entretenimento? É total. Não só com televisão, como com a internet também. A gente sempre monitora tudo o que estão assistindo. Eles amam filmes como Pantera Negra, por exemplo. A representatividade tem que estar em tudo. A gente fica feliz de poder apontar para os nossos filhos pessoas parecidas com eles na televisão, na música, na internet.
E como o governo pode contribuir para o avanço na questão racial no país? Bruno foi a uma reunião com Lula antes da eleição, que eu não pude ir, mas sabia quais eram as pautas. Antes de ele ir, conversamos sobre tudo o que queríamos ouvir e propor ao presidente. Nessa conversa, ele disse que criaria o Ministério de Igualdades Raciais, dos povos originários, falou sobre tipificar injúria como crime de racismo… E isso já aconteceu em menos de um mês de governo! Claro que precisamos de mais, de muito mais. Mas fico feliz de já estarmos vendo mudança, um avanço depois de um desgoverno de quatro anos. Nos enche de orgulho estarmos do lado certo da História e, de alguma maneira, contribuir para um Brasil melhor, não só para os nossos três filhos, mas para todos.