Foram necessários mais de trinta encontros presenciais, desde 2016, para que Mauro Alencar, 60 anos, pesquisador em teledramaturgia pela USP, tivesse material necessário para escrever a biografia de Susana Vieira, 80. As conversas, ora sob lágrimas, ora sob intensas risadas, foram regadas a café, pão de queijo e generosas fatias de bolo de fubá. Tudo acompanhado de perto pelos três yorkshires, que não saem do colo da atriz. “Ela não quis censurar nada, nem os polêmicos namoros recentes”, antecipa Mauro. “Foi escolha dela abrir o livro com o tratamento da leucemia, o que a deixou mais reflexiva.” O livro deve ganhar documentário no Globoplay. “Se Regina Duarte foi a namoradinha do Brasil, Susana é a esposa”, diz o biógrafo sobre a atriz, que volta ao ar em Terra e Paixão, a próxima novela das 9, como Cândida, uma cafetina. Pela primeira vez, segundo ela própria, interpretará uma mulher idosa. Para encarar a personagem, despiu-se da famosa vaidade, deixou de pintar o cabelo e deve aparecer na telinha com as madeixas um pouco grisalhas.
Publicado em VEJA de 26 de abril de 2023, edição nº 2838