As turvas águas do Sena, que serpenteia Paris, estiveram o tempo todo sob holofotes globais na última Olimpíada e estimularam uma competição à parte, essa na arena política. Depois de tanto alardear que seria ela a dar ali o primeiro salto, com o rio já limpo, a prefeita, Anne Hidalgo, 65 anos, acabou perdendo a dianteira para a ministra dos Esportes, Amélie Oudéa-Castéra, mas nunca a pose. Na sua vez, ignorando o justificado ceticismo em torno da tão sonhada balneabilidade, ela se deixou clicar à vontade com um conjunto estilo mergulhador de neoprene, que agora resolveu doar, com toda pompa, ao Museu Olímpico de Los Angeles, a próxima sede dos Jogos. E ainda aproveitou, bien sûr, para fazer propaganda do legado que defende ser seu. “Esta memória marca o culminar de anos de trabalho”, discursou a alcaide. Quando será que ela vai pular lá outra vez?
Com reportagem de Giovanna Fraguito
Publicado em VEJA de 11 de outubro de 2024, edição nº 2914