Um evento do programa social do governo foi, oficialmente, o compromisso que levou Michelle Bolsonaro e sete parentes da primeira-dama, além da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), a São Paulo num voo da FAB (Força Aérea Brasileira), em agosto passado. Terminada a agenda, Michelle partiu rumo ao Café Journal, badalado restaurante da capital paulista para a festa de 30 anos do maquiador uruguaio Agustín Fernandez. Os dois costumam postar fotos juntos em clima de intimidade – Fernandez já disse “amar de paixão” a mulher do presidente, a ponto de se sentir parte da família Bolsonaro.
É o segundo ano consecutivo que o influencer passa seu aniversário ao lado da primeira-dama. Em agosto de 2020, ela promoveu uma festança para o amigo no Palácio da Alvorada, com direito a docinhos com a logomarca Louis Vuitton e exibição de vídeos com mensagens afetuosas para o aniversariante. Ele agradeceu nas redes a presença de todos e fez uma declaração a outra convidada: “Te amo, Damaroca”, postou, na legenda de uma foto em que aparece ao lado de Damares.
Um dos presentes que Agustin ganhou naquela noite foi oferecido pela doceira da festa, que também é escultora: bonecos representando ele próprio e seus cachorros, da raça Lulu da Pomerânia. Todos foram batizados com nomes de ídolos do maquiador – entre eles, Beyoncé e Jair Messias.
Com mais de 3 milhões de seguidores no Instagram, Agustín teve seu nome ligado a Bolsonaro pela primeira vez antes de o capitão se eleger presidente: o maquiador, crítico do movimento LGBTQIA+, apoiou publicamente o então candidato e diz ter recebido ameaças de morte por isso.
“Só eu sei o que vivi por apoiar Jair Messias Bolsonaro, um homem do bem, que me adotou como um filho, mesmo com fama de homofóbico. Logo eu, né? Um gay, afeminado, que se veste de mulher”, disse, em entrevista recente à Folha de S.Paulo. Sensível aos ataques feitos à família Bolsonaro nas redes, Agustín chegou a chorar num vídeo que postou no Instagram, em abril de 2020. Em seu depoimento, ele conta que no Natal anterior, ganhara do presidente três mangas colhidas por ele no quintal, o que seria uma prova de sua simplicidade.
Agustín costuma contar detalhes de sua história de superação, que inclui abusos e prostituição em seu Uruguai natal, e a decisão de vir ao Brasil, em 2011, com 700 reais no bolso. De lá para cá, transformou-se (de acordo com a sua própria avaliação) no “maior maquiador do Brasil”, e também um empresário de sucesso, com mais de 300 produtos de uma linha própria de maquiagem à venda em sua “Loja do Divo”. O garoto-propaganda é ele mesmo, em versão andrógina, ultramaquiado.
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