Convocada a interpretar uma das vozes mais marcantes da música brasileira, Sophie Charlotte, 33 anos, não titubeou: mergulhou nas aulas de canto e dispensou dublagem para viver Gal Costa no filme Meu Nome É Gal. “Esse papel é a coisa mais impressionante da minha carreira até aqui, o maior barato. Encontrei a Gal diversas vezes e ela dividiu comigo referências de seu canto tão potente”, encanta-se Sophie, que filmou no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia. Em uma das cenas mais emblemáticas, ela interrompe uma conversa de Caetano Veloso e Gilberto Gil, largados no sofá de uma boate, com o empresário Guilherme Araújo. O ano é 1967 e eles discutem inovações no figurino. Sophie/Gal baixa o copo de uísque e comenta: “Eu adoro o Chacrinha. Conhecem?”. Ali começou a surgir a tropicália.
Publicado em VEJA de 5 de outubro de 2022, edição nº 2809