Criativo como ele só, George Santos, 35 anos, o filho de brasileiros expulso da Câmara de Deputados dos Estados Unidos por um infindável rol de falcatruas, já arranjou nova função: criou perfil em um site onde vende, a 200 dólares cada um, vídeos contendo conselhos e comentários. O republicano trumpista conquistou uma cadeira na Câmara por Long Island, Nova York, apresentando-se como gay, empresário bem-sucedido, formado em Harvard e Yale, de família judia milionária. Tirando a orientação sexual, era tudo mentira. Investigação mais profunda mostrou que ele usou doações de campanha para tratamentos estéticos, compras em lojas de luxo e assinatura de site pornô. Exposto em um relatório de 56 páginas do Conselho de Ética, acabou defenestrado por 311 votos a 114. Sua vaga será preenchida em nova — e disputadíssima — eleição no prazo de dois meses.
Publicado em VEJA de 8 de dezembro de 2023, edição nº 2871