A guerra entre Marcelo Adnet e Mario Frias continua. O humorista está processando criminalmente o secretário de Cultura do governo Bolsonaro e, na recente audiência de conciliação, propôs um acordo: que o político se retratasse de um texto ofensivo postado no Instagram em setembro de 2020, e fizesse uma doação (de valor ainda a ser definido) à ONG Voz das Comunidades. Frias não aceitou.
Um promotor de justiça ainda fez outra proposta ao secretário: a confissão dos fatos narrados na queixa-crime e o pagamento de 5 000 reais ao INCA. Mario Frias pediu cinco dias para se manifestar – o prazo terminou nesta segunda (4), e ele não voltou ao assunto. Ficou quieto. Cabe agora ao Ministério Público se manifestar sobre o prosseguimento do caso.
Na postagem que motivou a ação conduzida pelos advogados Ricardo Brajterman e Maíra Fernandes, Adnet foi chamado de “criatura imunda”, “garoto frouxo e sem futuro”, “crápula” e “Judas” pelo secretário da Cultura. O raivoso post foi motivado por um vídeo do humorista no qual ele ironizava a montagem protagonizada por Frias em homenagem aos “grandes heróis da nação” no feriado de 7 de Setembro. No filmete, desenvolvido pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), o político aparecia em uma sala, rodeado de objetos históricos, entoando um texto com pausas dramáticas.
Mario apresentava – entre citações ao hino nacional – os brasileiros que, de acordo com o governo Bolsonaro, merecem ser admirados pela população. Em sua paródia, Adnet imitou o secretário na mesma situação, mas totalmente perdido e sem saber de que se tratavam as obras que tocava e nem mesmo do que estava falando.