Dentro do programa Central da Copa, da TV Globo, sobre os bastidores e melhores momentos do mundial de futebol no Catar, cabe a Marcelo Adnet fazer rir com o quadro ‘Que Doha é essa?’. É um feliz momento na transmissão da emissora. Em breve, o humorista também estará nos cinemas com o filme Nas Ondas da Fé, em que interpreta um pastor evangélico. Em conversa com a coluna, Adnet fala dos seus projetos e explica por que não pensa mais em imitar Bolsonaro (PL) em 2023. “Já será um personagem do passado”, afirma.
Ficou chateado com o fato de o quadro Que Doha é essa? ser em estúdio e não no Catar? Acho que eu não gostaria de ir mesmo, é um país que não tem muito a ver com festa. Nunca fui lá e não é um lugar que eu tenha vontade de ir, prefiro mil vezes estar aqui, junto da minha filha, por exemplo, é muito mais valioso do que estar num lugar onde não se pode festejar.
No quadro, você sonha em brincar com a desclassificação de qual seleção nesta reta final da Copa? Acho que desclassificação a mais especial seria da Argentina e da França. Cada uma por seu motivo: a Argentina pela rivalidade, a França pela qualidade.
O programa é diário, com participações ao vivo. Como são os bastidores? Gravo minha participação no mesmo dia em que vai ao ar e, às vezes, também participo ao vivo com o pessoal no estúdio. Uma curiosidade é que, certo dia, chegando lá para participar ao vivo da Central da Copa caracterizado como Galvão Bueno, encontrei o Cléber Machado no estúdio. Mas ele estava narrando ao vivo um jogo da Copa (risos)! A gente se olhou, mas não conseguiu se falar.
É mais fácil trabalhar o humor na área do esporte do que na política? Nem sempre, porque o brasileiro leva o esporte mais a sério do que política muitas vezes. O cuidado tem que ser o mesmo.
Em novo filme, Nas Ondas da Fé, você interpreta um narrador de rádio evangélica. Como tratar a questão religiosa sem causar revolta nos fiéis? Tratando de uma forma humana, né? E que a gente vê claramente pelo filme que existem bons e maus religiosos. Isso não é nada especial da religião, é da nossa sociedade e não um problema da religião em si. Conversei com o pastor Zé Barbosa, estive com ele, fez parte da equipe do filme prestando consultoria. Houve estudo e cuidado em relação a isso.
Você tem uma lista interminável de imitações. Isso já lhe causou algum problema? Provavelmente, quem gostou menos foi o Mário Frias, né? Eu acho que ele foi o que menos gostou de uma imitação. Mas nunca tive nenhum problema com isso. À exceção desse caso, as pessoas sempre foram 100% das vezes compreensivas.
Você também imita políticos como o Bolsonaro. Já sofreu alguma intimidação? Quem imita político sempre sofre ameaça. Já recebi ameaças, mas nenhuma delas se concretizou porque nas ruas o sentimento é muito mais de aceitação do que nas redes.
Para 2023 continuará a imitá-lo ou dará “descanso” a ele? De vez em quando a gente ainda imita, porque ele é o presidente do Brasil. Mas em 2023 acho que o Jair já será um personagem do passado.