‘Manifesto dos crias’: por que chinelos viraram fantasia na Mangueira
Verde e Rosa mostrou na Sapucaí a influência cultural dos povos bantos no Rio

Os dançarinos da comissão de frente da Mangueira, que encerrou a primeira noite de desfiles neste domingo, 2, na Marquês de Sapucaí, dançaram de chinelos Kenner nos pés, manifestando a vivência dos crias como forma de resistência. Além disso, no último carro, o menino José, que representou o “cria da Mangueira”, encerrou o desfile com uma Kenner nas cores verde e rosa, personalizada para a ocasião.
O enredo À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões tem forte relação com a marca. A agremiação passou vibrante nesta madrugada, fazendo um paralelo da cultura banto no Brasil, além de se conectar com a vivência de pessoas pretas nas favelas cariocas. A Kenner usada na coreografia foi customizada para ação, ou seja não tem fim comercial – livrando a escola de qualquer punição de julgamento, que proíbe ações de marketing direto no desfile.
O intuito da marca era se conectar com uma das escolas mais representativas do Carnaval do Rio de Janeiro e fazer uma celebração da cultura popular. “Mangueira e Kenner têm um match muito claro, são duas instituições com ligação direta com a cultura, com a favela e com a potência periférica”, disse Lucas Rodrigues, coordenador de estratégia e branding da marca. Além da ação, no ensaio técnico, uma semana antes do desfile oficial, toda a bateria ensaiou na Sapucaí usando a Rakka Rosa Anitta, o que repercutiu nas redes sociais.
