A Rede Globo vive o dilema de a possível incursão política de Luciano Huck afastar patrocinadores. Até o momento, apesar da crise política e sanitária, todos respiram aliviados: o programa Caldeirão do Huck e o artista seguem bastante requisitados pelo mercado publicitário. Os contratos de merchans na atração, que retomou as gravações nos estúdios do Projac, envolvem ações com Magalu, Perdigão e HDI Seguros. A Madero era uma empresa que até o primeiro-semestre tinha Huck como rosto oficial, mas a parceria encerrada colocou um ponto final na história — até o começo de julho, Huck era dono de 6% da rede de hamburgueria cujo criador, Junior Durski, é um entusiasta do governo de Jair Bolsonaro.
Se o mercado publicitário segue como aliado, Huck trabalha em outra frente: mostrar-se relevante no debate político. Após ter desaparecido no começo da crise causada pela Covid-19, ele agora fala bastante sobre desigualdade social, racismo e educação em suas redes. Tem saído em defesa de figuras antibolsonaristas como Felipe Neto como forma de ganhar apoio e, quem sabe, votos de eleitorado jovem e progressista. A atividade tem surtido efeito. Segundo a Quest Consultoria, Huck é o terceiro colocado no ranking de popularidade digital (perde apenas para Jair Bolsonaro e Felipe Neto). Muito em razão de sua carreira na TV, Huck tem um número expressivo de seguidores nas redes sociais. São 19,3 milhões no no Instagram e 13,2 milhões no Twitter.
Uma pesquisa exclusiva feita a VEJA pelo Paraná Pesquisas durante a segunda semana de julho mostrou Huck com 6,5% de intenções de votos em uma disputa presidencial. Na sondagem sem o nome de Sergio Moro no páreo, o índice de apoio a Huck sobre para 8,3%.