Juliana Didone fala da violência obstétrica que sofreu e de maternidade
Atriz conversa sobre experiências particulares presentes na peça ‘60 Dias de Neblina’
Foi com o nascimento de Liz, hoje com cinco anos, que Juliana Didone conheceu o livro 60 Dias de Neblina, sucesso que vendeu mais de 200 mil cópias. Na publicação, as aventuras de uma mãe diante do seu bebê recém-nascido, com situações desconhecidas, como os hormônios em ebulição. Desafios como a amamentação, as noites mal dormidas, o choro e os questionamentos sobre a sua autoestima. Mas, também, as muitas alegrias deste encontro de amor incondicional. A atriz acaba de estrear a peça homônima no Rio, dirigida por Beth Goulart. Em conversa com a coluna, no estúdio montado no Casa Cor Rio*, Juliana fala sobre as temáticas da maternidade.
MATERNIDADE: “É uma bomba atrás da outra. Primeiro tem a gestação, a minha foi tudo bem, tirando a ansiedade. Engordei bastante e comia muito. Mas tem gestações muito ruins. E aí depois tem o parto, Toda a expectativa que criou sobre ele. E muitas vezes não acontece como imaginou e vem a frustração de cara. E tem a violência obstétrica, que pouco se fala, mas acontece muito. As mulheres às vezes nem percebem que estão sofrendo violência”.
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: “No meu caso, o meu parto foi horroroso, todo errado, frustrou todas as minhas expectativas. Queria parto normal, e foi uma cesária. Também sofri uma violência obstétrica, a equipe médica ficou forçando a barra que tinha que ser de um jeito. E eu depois de muitas horas de hospital, estava sofrendo psicologicamente. Depois de muitas horas tentando o normal, sabia que não ia rolar. A gente tentou através de um instrumento médico, que introduz na mulher e tenta puxar o bebê. A gente tentou várias vezes, e não saía, estava tudo caótico”
FRASE ERRADA: “Ouvi da equipe: ‘Mas a gente não quer que você desista’. Essa frase me bateu muito errado. Eu jamais desisti da minha filha. Mas não sou eu a protagonista do parto. O importante é o nascimento. Eu falei: ‘Não quero desistir, quero mudar os planos. Se não está dando assim, vai por outro caminho’. E depois, abalada, não tinha leite nos primeiros dias. E veio outro desafio: amamentar. Aí você já não quer ver ninguém, quer seguir a intuição”.
SERVIÇO: “60 dias de neblina”. De 02 a 25 de setembro / Sábados, às 20h; domingos, às 19h; e segundas, às 20h / Teatro Gláucio Gill (Praça Cardeal Arcoverde, S/N – Copacabana).
* O programa Veja Gente é gravado diretamente do Casacor Rio, mostra de arquitetura e design que tem apoio da Editora Abril. O cenário foi desenvolvido pelo arquiteto João Amand e pela designer de interiores Sophia Abraham, com patrocínio da House Us.