Um ícone da televisão brasileira estará de volta a partir deste sábado, 17 de novembro. Aos 76 anos, dez deles afastados da TV devido ao Parkinson, Gil Gomes, figura imortalizada pelo Aqui Agora, o telejornal policialesco que marcou os anos 1990 e se tornou precursor dos atuais Brasil Urgente e Cidade Alerta, estreia como comentarista de um telejornal de fim de madrugada da TV Ultrafarma, grade de programação patrocinada por uma rede de farmácias nos canais abertos RedeTV! e Gazeta. Sua meta é ampliar a audiência e a sua referência, a atração que o tornou conhecido há mais de vinte anos, no SBT. “Espero obter no mínimo 10% do sucesso que foi o Aqui Agora”, diz. A média de ibope do programa, Boa Noite Bom Dia, ninguém divulga – nem Gil Gomes nem a própria TV Ultrafarma.
“Recebi um dia meu amigo Zé Américo dos programas Café com Bobagem e da Praça É Nossa e, conversando com ele, manifestei a vontade de voltar a trabalhar… Para a minha surpresa, logo ele apareceu aqui em casa com o Sidney Oliveira e, na longa conversa que tivemos, veio à tona fazer esse programa onde eu manifestaria a minha opinião sobre os assuntos. No dia seguinte, fiz uma participação ao vivo e a audiência foi ótima, triplicou a média e recebi o convite para fazê-lo diariamente. Apesar do meu estado de saúde, aceitei”, conta Gomes, que diz ter assinado um contrato “em branco”, sem prazo. “Sentia muita saudade e assistia TV dia e noite, sonhando voltar a fazer parte dela. Um sonho que parecia impossível.”
Ainda que o Boa Noite Bom Dia vá ao ar junto com o H1, da Globo, Gomes diz que a sua meta não é concorrer com ele. “Vou fazer um programa independente.” Nem de ser policialesco como no formato que o consagrou. “Se o assunto for leve, serei leve. Se o assunto for mais duro, serei duro.”
Também não pede crédito pelos atuais policialescos, que dominam o fim da tarde da Band e da Record. “Não sei se fiz escola, mas fiz o Aqui Agora, que foi escola. Os programas atuais do Marcelo Rezende, Datena, Geraldo Luis e Luiz Bacci são excelentes, não tenho a pretensão de ter feito escola para eles.”