Há menos de um mês, o CEO do Spotify, Daniel Ek, revoltou parte da comunidade musical ao afirmar que a criação de conteúdo custa “próximo de zero”. Em conversa com a coluna GENTE, Yuri Valdevite e Pedro Kurtz, líder de marketing América Latina e diretor de conteúdo Americas da Deezer, respectivamente, contrapõem a declaração da empresa de streaming musical concorrente e realçam a importância sobre investimentos e remuneração dos artistas. Com sede na França, a Deezer oferece acesso a mais de 120 milhões de faixas do mundo todo, além de outros conteúdos, como podcasts. No Brasil, a empresa é apoiadora de inúmeros festivais, além de ter sido uma das marcas presentes no show de Madonna, na praia de Copacabana, no Rio. Confira o bate-papo.
O que o mercado brasileiro representa para a Deezer? YURI: O Brasil é o segundo mercado da Deezer globalmente. A França é o mercado natal e o principal. A gente vem fortalecendo os investimentos locais, com uma frente grande em eventos como, por exemplo, o show da Madonna. A gente patrocina festivais como Mita, João Rock, Doce Maravilha… Tudo isso pensando em exposição de marca, mas também na experiência de fãs. Uma estratégia focada em colocar o fã no centro do negócio e o levar a viver experiências.
Qual é o impacto desses eventos para a marca? YURI: Quando a gente faz isso, não tem em vista o resultado de aquisição de curto prazo, não é sobre quantos usuários vou adquirir por fazer essa ação ou não. Nossa vontade é cada vez mais não ser apenas uma plataforma que você escuta música, e sim a que te proporciona experiências online e offline por meio da música.
O que pensam da fala do dirigente do Spotify sobre o custo de produção de conteúdo, que seria “próxima do zero”? PEDRO: A gente tem cada vez mais buscado reconhecer e valorizar os artistas que estão distribuindo. Nosso sistema de pagamentos não é o de que desmonetiza qualquer artista por quantidade de streams ou quantidade mínima de ouvintes num mês. A gente paga os criadores que distribuem com a gente e tem consumo na plataforma. E tem muitas camadas da indústria da música que ainda são invisibilizadas, como autores e compositores. A gente tem buscado jogar luz nessa camada da música. Definitivamente, o processo criativo é custoso, demanda tempo. Enquanto empresa, valorizamos absolutamente os artistas que distribuem na plataforma.
Como a empresa apoia artistas novos no Brasil? YURI: Uma coisa que a gente fez bastante nos últimos anos, quando tem negociações com eventos, é colocar em contrato, que quer incluir um artista Deezer Next no line-up, um artista revelação, no qual apostamos. / PEDRO: A gente escolhe de três a cinco artistas por ano para fazerem parte do nosso programa global, o Deezer Next. Eles têm uma série de apoios editoriais dentro do aplicativo, de marketing em campanha a entrada em eventos.
Quais os próximos eventos com a Deezer no Brasil? YURI: Em curto prazo, temos o patrocínio no Circuito Sertanejo. Teremos um evento proprietário da Deezer nos próximos meses, voltado a essa questão de unir fãs com seu artista favorito. O evento vai ter um show de um grande artista e levaremos os principais fãs dele para viver uma experiência única.